Em Quito, sinta-se no ?centro do grande mundo?

A sensação de estar numa das capitais mais altas da Terra (a 2.850 metros acima do nível do mar) confere um charme todo especial a Quito, a metrópole cujo nome significa ?o centro do mundo? – sim, a latitude zero é levada a sério por lá. Some-se a isso as construções que misturam as arquiteturas barroca européia e contemporânea e, voilà, eis uma cidade que merece uma conferida mais detalhada.

Ao lado de vilarejos pitorescos, montanhas e vulcões, Quito tem a badalação e o conforto de toda cidade grande. Há, por exemplo, cyber cafés baratos (em média, US$ 1 a hora), táxis a US$ 2,50 para trechos de até 15 minutos e até uma gringotown, no bairro Mariscal – onde ficam barzinhos e baladas freqüentados pela dobradinha gente-bonita-e-gringos interessados em cair na noite.

Durante o dia, no mesmo bairro funciona um mercado de artesanato permanente, um quarteirão inteiro com barraquinhas de cacarecos como ímãs de geladeira (US$ 1), presépios de cerâmica (a partir de US$ 5), malhas e ponchos de lã de todas as qualidades (em torno de US$ 15).

Ponto e ponto

Um dos melhores pontos de partida para uma caminhada agradável no fim de tarde e começo de noite é seguir até a Plaza de la Independencia, de onde é possível conhecer a pé as construções do Centro Histórico. A praça é rodeada por quatro prédios que representavam os quatro poderes no período colonial: o Palácio do Governo, o Palácio Municipal, o Palácio do Arcebispo e a Catedral. A catedral, aliás, reúne uma coleção de pinturas da Escuela Quiteña e sua arquitetura mistura diversas linguagens, como os arcos góticos, os tetos mouros e o barroco no altar principal.

De lá, a parada obrigatória é a Plaza San Francisco, um complexo que reúne igreja, convento e museu, construído entre 1536 e 1580. No altar principal, uma imagem esculpida pelo artesão Legarda, La Virgen de Quito, a única imagem alada da Virgem Maria em arte colonial. No fim do circuito, vale a pena seguir para o bar do restaurante Theatrum (Calle Manabí entre Guayaquil e Flores, no segundo piso do Teatro Nacional Sucre, www.theatrum.com.ec), com decoração colonial e uma bela vista da Plaza de la Independência.(AE)

Capital é centro cultural cheio de curiosidades

Em Quito, há pelo menos onze museus, mais uma porção de centros culturais e um observatório astronômico, localizado no Parque Alameda. O Parque La Carolina, o maior da capital, abriga o novíssimo Jardim Botânico, com cerca de 1.200 espécies de orquídeas. Não perca a oportunidade de conhecer de perto as pinturas de Oswaldo Guayasamín (Calle José Basmediano, NE 15.68, Bellavista, de segunda a sexta, das 10h às 17h; US$ 3), cujas réplicas são vendidas aos montes pelas feiras e lojas de artesanato. Não à toa, representam a alma dos nativos do período pré-colombiano.

A modernidade de Quito contrasta com alguns costumes nada comuns pelo menos nas grandes cidades brasileiras. A região sul da cidade, onde começa a periferia, oferece peculiaridades para quem tiver sorte. Num breve passeio pelo bairro La Floresta é possível encontrar um ?passeador? de cabras que vende, das 6h30 às 8h, leite fresquinho a US$ 0,50 o copo pequeno.

Miguel Apolo, de 29 anos, faz o serviço há apenas três meses, mas sua família é do ramo das cabras há alguns anos. ?Levo uma vassourinha comigo para limpar a sujeira delas. É tudo muito limpo e saudável, e os copinhos são descartáveis?, conta.

Entre vulcões

Depois de um giro pela capital, vá conferir o circuito dos vulcões, passeio imperdível. Um bom começo está no recém-inaugurado teleférico, que sai de um morro a 2.950 metros, sobe até 4.050 metros – e chega a um complexo com lojinhas de artesanato e presentes, cafés, um amplo espaço de jogos eletrônicos, construído sobre o vulcão ativo Pichincha.

Depois da experiência nessa altitude, complete o ciclo com a Avenida dos Vulcões, cujo nome foi dado pelo alemão Alexander Von Humboldt, um naturalista que visitou o país no começo da década de 1800 e escalou algumas das montanhas e vulcões da região.

Uma dica interessante é conhecer a cadeia montanhosa de trem. O mais moderno deles é o Chiva Express, um vagão todo colorido, com espaço dentro e fora dele. Apesar do vento e do frio, viajar no teto da composição é o mais divertido. Saídas da Estación de Tambillo, nas imediações do Parque Nacional Cotopaxi (nome do vulcão ativo mais alto do mundo, com 5.897 metros). O trem segue até El Boliche, num total de 40 quilômetros, com uma parada na charmosa estação do vilarejo de Machachi. O trajeto dá direito a panoramas de picos como Altar (5.315 metros) e Chimborazo (6.310 metros), o vulcão mais alto do país. (AE)

Voltar ao topo