Copa deve levar 1,3 mi à África do Sul

Com o cartão fidelidade, o visitante não paga taxa de conservação no Parque Kruger.

(AE) – Absolutamente nada, nem mesmo os 8,4 milhões de turistas que desembarcaram na África do Sul em 2006 – um crescimento de 13,9% em relação a 2005 – parece animar mais os sul-africanos do que a realização da copa do mundo de futebol, entre junho e julho de 2010. Todos já sonham com os 1,3 milhão de visitantes – 445 mil deles de fora do continente – que devem chegar interessados em gols e festa e que pelas expectativas do South African Tourism (SAT), prometem deixar 11 bilhões de rands (pouco mais de R$ 3 bilhões) no país. Aqui entra o Brasil, um mercado ainda pouco atraente para os sul-africanos, mas que pode surpreender na Copa. Ano passado, 29.888 brasileiros desembarcaram na África do Sul, um crescimento de 27% em relação a 2005, mas ainda longe de mercados cruciais, como Reino Unido, o primeiro da lista, com 488 mil desembarques em 2006. ?Esperamos uma invasão brasileira em 2010?, brinca o diretor da SAT para Américas e Reino Unido, Mark Williams, durante o Indaba, maior feira de turismo da África do Sul, realizada no início de maio, em Durban.

Preocupações

Os torcedores que forem até a África do Sul acompanhar a seleção devem se deparar com três entraves que estão tirando o sono dos organizadores: segurança, acomodação e infra-estrutura. O primeiro, eles esperam resolver com a contratação de 30 mil policiais. ?E conscientizar os moradores que a Copa é importante?, diz o responsável pela segurança do evento, Arno Lamoer.

Cidade do Cabo é uma das poucas com hotéis suficientes.

O item acomodação deve representar uma das grandes desvantagens do país. Segundo a SAT, das dez cidades-sede – Bloemfontein, Cidade do Cabo, Durban, Johannesburgo, Kimberley, Nelspruit, Polokwane, Port Elizabeth, Rustenburg e Tshwane – só Durban e Cidade do Cabo terão hotéis suficientes. Uma das alternativas é a acomodação em lodges e estabelecimentos tipo cama e café. Para isso, a SAT está criando uma espécie de selo de qualidade. ?Quem não atender às exigências, sai da lista?, afirma o CEO da entidade, Moeketsi Mosola. Quanto à infra-estrutura, o país está construindo cinco estádios, com previsão de entrega até junho de 2009. Quem quiser ver a Copa deve se preparar já. A distribuição de ingressos, como na Copa da Alemanha, será dura com os estrangeiros. A expectativa é a de que visitantes de países fora da África fiquem com 25% dos tíquetes – 52% devem ir para sul-africanos e turistas regionais. O restante será dividido entre Fifa, patrocinadores e convidados.

DICAS!

Tour na prisão de Mandela

Faz 10 anos que a Robben Island, prisão que abrigou ativistas como Nelson Mandela, perto da Cidade do Cabo, virou museu. Para comemorar, faça um tour pelo local, na companhia de ex-detentos. Informações: www.robben-island.org.za.

Cartão de fidelidade para safári

Os 21 parques nacionais sul-africanos criaram uma espécie de cartão de fidelidade: o wild card, que custa a partir de 170 rands (aproximadamente R$ 49). Com ele, o visitante não paga a taxa de conservação dos parques, que chega a 120 rands (R$ 35) por dia no Parque Kruger, por exemplo. A aquisição, no entanto, vale apenas para quem "vive" na África do Sul e adora um safári. Mais informações podem ser obtidas no site www.sanparks.org.

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