Setor de TI estima aumento de mais de 300%

Com a chegada do iPhone no Brasil no ano passado, abriram-se oportunidades de negócios e de crescimento do ramo especializado em desenvolvimentos de softwares e aplicativos para ferramentas mobile. Com isso, profissionais da área de Tecnologia da Informação (TI) estimam que o setor deve crescer mais de 300%, num prazo de seis anos.

Diante dessa expectativa, o Arranjo Produtivo Local (APL) de Software de Curitiba promoveu na última semana o Seminário de Desenvolvimento iPhone. O evento, que contou com o apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PR), da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro-PR) e do Centro Internacional de Tecnologia de Software (CITS), foi o primeiro seminário sobre o tema no Brasil.

O evento, que contou com profissionais de desenvolvimento de software das empresas Cinq Technologies, FingerTips e Visionnaire – que se concentram em Curitiba e São Paulo – teve como objetivo difundir o desenvolvimento de aplicativos direcionados ao iPhone, entre eles o Software Development Kit (SDK).

Para o representante da Visionaire, Urgel Augustin, a discussão de ferramentas para esse tipo de negócio se faz pertinente, uma vez que os aplicativos para a tecnologia móvel devem ser a bola da vez no topo dos negócios de TI nos próximos anos.

Segundo Augustin, de 2008 a 2013, o ramo de softwares mobile deve apresentar cerca 354% de expansão. Nesse período, Augustin acredita que o número de celulares deve alcançar a marca de 222 milhões no País, ou seja, 109% da população. Destes, os smartphones (celulares inteligentes), como o iPhone e o Black Berry, serão 66 milhões, ou 25% do mercado. “Acompanhando essa tendência, o Mobile Marqueting deve crescer 120% ao ano até 2013”, prevê.

Descrevendo um panorama atual do mercado, Augustin lembra que um acordo entre a Anatel e as operadoras de telefonia móvel deve permitir que localidades com mais de 30 mil habitantes contem com internet banda larga móvel 3G nos próximos dois anos.

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Segundo Augustin, essa conjuntura permite afirmar que “acabou a era do hardware e começa a era do conteúdo”. Para ele, com hardware cada vez mais barato e acessível, um aparelho novo é lançado a cada três meses. “Hoje não se questiona mais o funcionamento do celular, mas o que o aparelho pode fazer. Por isso agora é a vez dos dados, por isso a crescente busca por novos aplicativos”, afirma.

Para Augustin, o crescimento do setor deve se confirmar independente da crise econômica que por ora mantém grande parte dos setores estagnados. “Essa é a oportunidade dos próximos anos e deve abrir um novo nicho para os profissionais da aérea”, comenta.

Para o colaborador da APL de Software de Curitiba, Carlos Alberto Jayme, o seminário também teve como objetivo apresentar um modelo de negócio novo que pode favorecer o desenvolvimento de softwares. “Estamos numa fase de oportunidades similar a de quando surgiu o microcomputador ou a internet, porque o iPhone não é apenas um celular”, diz.

Para Jayme, que é sócio da empresa de softwares Cinq Technologies, a qualificação dos profissionais será cada vez mais exigida, já que qualquer pessoa pode desenvolver um aplicativo e vender, por exemplo, no site da Apple, a APP Store.

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Seminário na capital discutiu o grande desenvolvimento de softwares.

Grande quantidade de downloads para o iPhone

O App Store do iPhone oferece downloads de aplicativos para celulares conectados via Wi-Fi. Nesta área é pos,sível comprar músicas, toques e softwares dos mais variados tipos.

De acordo com o representante da Visionaire, Cristian Souza, são cerca de 25 mil aplicativos que podem ser “baixados” pelos smartphones. Segundo ele, esse número deve aumentar para acompanhar o crescimento de unidades vendidas. “Se somar o iPhone com o Ipod Touch, já são 33 milhões de unidades vendidas no mundo”, afirma Souza.

Segundo Souza, até hoje foram baixados aproximadamente um bilhão de downloads. “Por isso é importante seminários como este, pois existem poucas coisas feitas no Paraná nesse sentido”, diz.

Souza explica que a empresa de software pode baixar gratuitamente todas as ferramentas para o desenvolvimento do aplicativo com o SDK. Segundo o colaborador da APL de Software de Curitiba, Carlos Alberto Jayme, a Apple fica com 30% da receita da venda realizada, os outros 70% vão quem o desenvolveu.

Para o consultor do Sebrae, Rainer Junges, o seminário também apresenta a Apple Store como um modelo de negócio, onde a empresa pode exportar de forma padronizada. “É um modelo de negócio cuja margem de sucesso é grande. A Apple vendeu mais de 17 milhões de unidades no mundo. As empresas estão migrando para isso e vão precisar de mão-de-obra”, afirma o consultor.

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