Outros produtos podem ser feitos com a sobra da produção do vinho

Graspa. Óleo da semente de uva, que pode até ser consumido in natura. Creme facial, para pela seca, com princípios rejuvenescedores. Sabonetes esfoliantes. A idéia de fabricar outros produtos a partir da sobra do vinho veio do doutorado em Química que José Hilton concluiu recentemente e de visitas a vinícolas e cidades tradicionais na produção, como Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.

Como um projeto de cunho ambiental, social e de saúde, o professor José Hilton de Araújo, do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-PR), de Campo Mourão, aproveita os resíduos da uva que sobram do processamento do vinho na fabricação de bebidas, óleo e cosméticos. Além do objetivo de inserir os estudantes para que desenvolvam uma visão empreendedora, participando de feiras de trabalhos, a intenção é a comercialização.

?A partir das sementes secas é possível extrair um óleo interessante, parecido com o azeite, que tem propriedades que reduzem o colesterol ruim, melhoram a pele e influenciam até no combate ao câncer. O resíduo que ainda sobra, a casca, ou ainda as sementes trituradas, pode ser aplicado em sabonetes esfoliantes. Também da casca, fermentada com açúcar mascavo e fermento, destilada, obtém-se a graspa, uma bebida. Todos os resíduos podem ser aproveitados?, explica o professor.

Sob o aspecto social, o projeto é levado ao conhecimento de pequenos produtores, pois a prática pode gerar ainda mais lucro. ?Produzindo outros produtos é possível agregar valor. E do ponto de vista ambiental, ao invés de ser jogado no solo, novos produtos são feitos desses resíduos. Vamos tentar fazer ainda mais produtos, a partir dos polifenóis da uva?, afirma Araújo.

O creme facial já está sendo testado internamente. A funcionária do Cefet Campo Mourão, Maria Consolação da Silva, já utiliza e afirma que sua pele está mais clara e de aspecto agradável. Não é só ela que está contente com o projeto. ?Ela está usando e está adorando. Os nossos adolescentes, também, estão bastante envolvidos: isso vem despertando interesse para o futuro?, afirma o professor. 

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