Óleo de cozinha usado vira biocombustível

Uma medida que pretende minar uma das mais graves ameaças ao meio ambiente e ainda economizar com a produção de um combustível alternativo começa a ser implantada no Paraná.

Trata-se da utilização de usinas que permitem transformar óleo de cozinha usado em biocombustível. O equipamento foi lançado no começo do mês pela prefeitura de Paranaguá. Em Apucarana, a usina depende de detalhes jurídicos para começar a funcionar.

Em Paranaguá, a usina, que terá capacidade de produção de mil litros de biodiesel por dia, será instalada num barracão dentro da Secretaria de Obras da Prefeitura. Com o biocombustível produzido, a prefeitura pretende abastecer os veículos das secretarias.

“Apenas alguns carros de pequeno porte serão abastecidos com o combustível gerado. A partir daí vamos analisar a viabilidade para abastecer o restante da frota”, diz o secretário municipal de Meio Ambiente, Paulo Emmanuel do Nascimento Júnior.

De acordo com o secretário, o projeto de implantação da usina foi viabilizado em parceria com universidades, que farão estudos, a partir da produção do combustível, que apontarão possíveis outras fontes que possam ser alternativas para a obtenção do biodiesel.

Segundo Nascimento, o óleo de cozinha tem sido um problema grave no município, considerando a contaminação do lençol freático, que é confirmada por estudos ambientais. “Em alguns pontos já é possível encontrar sinais de contaminação, como em alguns rios que também apresentam uma pequena lâmina de óleo”, afirma.

De acordo com o secretário, objetivando a coleta do óleo residual, o município implementou uma lei que obriga a separação e a destinação correta do produto de grandes geradores.

“Queremos ainda incentivar a população a também separar o óleo, conscientizando da importância da medida para a conservação do meio ambiente”, diz.

Para incentivar a coleta de óleo usado, a prefeitura lançou uma campanha. O objetivo é atingir gestores de restaurantes, bares, lanchonetes e os moradores das mais de 40 mil residências da cidade. A coleta do óleo deverá ser feita em garrafas pet, que também serão recicladas.

O recolhimento do óleo usado pode ser solicitado pelo telefone 156. As garrafas pet ainda poderão ser depositadas em um dos ecopontos de recolhimento disponíveis no Aeroparque, na Prefeitura e no Terminal de Transporte Coletivo.

Apucarana

De acordo com o secretário de Meio Ambiente de Apucarana, João Batista Beltrame, o início da implementação da usina de biocombustível depende apenas da assinatura do contrato de cooperação com a Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR). O secretário acredita que o acordo deve ser sacramentado em 15 dias. Com isso, a expectativa é de que a produção do biocombustível comece em agosto.

“Falta aval do jurídico da universidade”, afirma Beltrame. Para ele, mais importante que propriamente a implantação dos equipamentos foi definir o convênio com a universidade e com a iniciativa privada. “Esse projeto envolve toda a sociedade, desde a universidade, que fará a análise do produto, passando pela iniciativa privada, que vai fornecer equipamentos, até a população, já que o projeto envolve cidadania e consciência ambiental”, afirma.