A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento começa preparar as organizações de agricultores familiares do Sudoeste do Paraná que se beneficiarão com a miniusina de biodiesel, que está sendo desenvolvida em caráter experimental pela Copel.
Na Escola de Governo desta terça-feira (27), o secretário Valter Bianchini disse que o sistema de fabricação e fornecimento de biodiesel deverá funcionar em circuito fechado, em benefício dos agricultores familiares.
Bianchini destacou que a Secretaria já está trabalhando com as Cooperativas de Leite da Agricultura Familiar (Clafs), com as Cooperativas de Produção da Agricultura Familiar (Copafs) e com a Cooperativa Agropecuária Coasul, que inicia as operações de uma fábrica de ração e de um frigorífico abatedouro de aves no Sudoeste.
Simultaneamente a esse trabalho de organização dos agricultores por meio das cooperativas, a Secretaria da
Agricultura dará continuidade aos trabalhos da pesquisa e da extensão rural para apoiar o planejamento dos agricultores.
“O projeto inicia no Sudoeste, onde se concentram mais de 40 mil agricultores familiares, mas depois se estenderá para outras regiões do Estado”, afirmou o secretário da Agricultura. Inicialmente, os agricultores participam do projeto com o plantio de soja, mas num sistema de diversificação com leite e carnes.
Ciclo
Segundo o secretário, as unidades de fabricação de ração, que utilizam como matéria-prima os derivados da usina de biodieselm ficarão sob a responsabilidade das cooperativas. A idéia é fazer um circuito fechado, onde o biodiesel será fornecido aos agricultores familiares filiados às cooperativas e fornecedores da matéria-prima à usina de biodiesel da Copel.
Para isso, a Secretaria irá assessorar o gerenciamento do processo, a mão-de-obra necessária e o encaminhamento dos subprodutos das usinas de biodiesel para as fábricas de ração. Pesquisa de campo já realizada com pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e Departamento de Estudos Sócio-Econômicos Rurais (Deser), no Sudoeste, identificou as características da agricultura familiar da região e o potencial dos agricultores para se associar ao projeto.
Bianchini destacou que a idéia é que a cultura da oleaginosa destinada para biodiesel não vá competir com a produção de alimentos. Ainda segundo o secretário, o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) está intensificando as pesquisas para diversificação de outras oleaginosas à disposição do agricultor familiar e as melhores alternativas de produção.
“Nesse projeto, serão integrados os programas estaduais como o Trator Solidário, Programa de Irrigação Noturna (PIN), Agroindustrialização e Leite das Crianças”, disse Bianchini. “Esses programas ganham mais eficiência com o projeto de biodisel, à medida que o combustível será utilizado pelos agricultores nas máquinas existentes na propriedade e a ração vai contribuir para maior desenvolvimento das cadeias produtivas de carne e leite. Os agricultores serão treinados e capacitados e terão consultoria técnica para o empreendimento.”