Livro de cientista chega a Nova York

O cientista paranaense Marcelo Samuel Berman escreveu e teve publicado seu segundo livro, Introduction to General Relativistic and Scala-Tensor Cosmologies, em Nova York. O autor explica que a cosmologia, área abordada no livro, é o estudo do Universo em grande escala. No livro, o Universo aparece constituído por um fluido hipotético cujas moléculas, também hipotéticas, são as galáxias. Daí o termo ?grande escala?.

Berman esclarece que a única força de alcance cosmológica é a gravitação. Por isso, é necessária uma teoria do tipo da Relatividade Geral, de Albert Einstein, pela qual a matéria curva o espaço. Também uma variação na escala dos comprimentos, implica numa correspondente alteração na escala do tempo, de onde o uso do modelo espaçotemporal, ou ?contínuo espaçotempo?.

Os cientistas sabem que o Universo pode ser descrito por um espaço de 11 dimensões, por exemplo, mas além do tempo, e do comprimento, nenhuma outra dimensão estaria ?livre?. As outras dimensões estão ?compactificadas? e nós não podemos acessá-las. A teoria de Einstein representa o limite de dimensão ?mais baixa?

Escalares-tensoriais

O mais novo livro de Berman foi editado pela Nova Science. O pesquisador explica que neste livro estuda-se teorias mais gerais que a de Einstein. Porém não se está negando a Relatividade Geral, apenas estuda-se como ficaria essa teoria. ?Se o campo escalar fosse congelado, isto é, se fosse se tornar constante, teríamos novamente recuperada a teoria de Einstein?, explica Marcelo Berman.

A teoria mais simples desse tipo é denominada Teoria de Brans-Dicke e foi desenvolvida pelo famoso cientista Robert Dicke, juntamente com seu aluno Carl Brans, cerca de seis anos após a morte de Albert Einstein. O livro aborda essa teoria e outras ainda mais gerais.

O ponto culminante do livro é o capítulo final, quando o autor examina, na última seção, um modelo cosmológico criado por ele próprio, no qual todas as ?constantes? fundamentais da Física teriam, efetivamente, um valor variável com a idade do Universo: entre essas constantes está a velocidade da luz no vácuo, ou a constante da gravitação universal.

Berman, que é membro da Academia de Ciências de Nova York, afirma que embora existam alguns cientistas com dois livros publicados no mesmo ano, são raros aqueles que se destinam a cursos de pós-graduação. ?No Brasil, nunca houve algum cientista que fizesse dois livros no mesmo ano. Mas eu fiz na verdade três livros (o próximo está no prelo)?.

O professor Adonai Sant?Ánna, chefe do departamento de matemática da Universidade Federal do Paraná (UFPR), disse que ?publicar três, ou mesmo dois, livros científicos, no mesmo ano, não tem paralelo em nenhum outro lugar do mundo?. Os livros se constituem numa ferramenta importante na mão de estudantes de pós-graduação e de cientistas desejosos de aprofundar-se nos vários tópicos da Física Teórica ora publicados.

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