Grandes invenções de 2000

A primeira das invenções digna de registro é o HairMax LaserComb ou pente baseado em laser. O laser é de baixa energia e estimula os folículos capilares e aumenta o fluxo sangüíneo do escalpo (condições propícias para a capilarização e manutenção de cabelos fortes). O aparelho da Lexington International recebeu aprovação para fins cosméticos por parte do FDA (Food and Drug Administration, EUA) em vista de comprovar, como resultado da aplicação, cabelos mais lustrosos, fortes e fartos. O que a inovação traz é uma miniaturização e portabilidade para os volumosos e fixos ?capacetes? de fototerapia a laser de clínicas capilares. A companhia produtora se diz inspirada nos achados do dr. Niels Ryberg Finsen, 2.º Prêmio Nobel de Medicina (Fisiologia) utilizando feixes concentrados de luz para o tratamento de várias enfermidades. Para garantir o alegado (e elevado) nível de satisfação dos consumidores (<90%), o fabricante recomenda 3 aplicações semanais durando de 10 a 15 minutos / sessão. Segundo o fabricante, os bons resultados aparecem entre 8 e 16 semanas de uso do pente a laser. A tecnologia é designada de LLLT (Low Level Laser Therapy). O custo do pente é de US$ 545.

A 2.ª invenção é o Raptor (Rapid Cutter of Concrete; Cortador Rápido de Concreto) desenvolvido conjuntamente pelo Bro- okhaven National Laboratory e pelo Gas National Institute do Departamento. de Energia dos EUA. Visa substituir as ruidosas britadeiras que perturbam o sono e sossego dos habitantes metropolitanos. É muito mais silencioso que seu predecessor movido a óleo diesel. O combustível é gás. O aperfeiçoamento do silenciador deve levá-lo a gerar apenas 82 decibéis ou aproximadamente metade da máquina que visa substituir, além de ser 25% mais rápido. Ganhos energéticos e alívio da poluição sonora. Este robô usa hélio como gás propelente (até 15.000 psi de compressão) das lâminas de aço que fazem o corte do concreto. As informações são do eng. Mano Subudhi, BNL (631)-344-2429 (subudhi@bnl.gov).

A 3.ª invenção é o Nomad (Dispositivo de Varredura Retinal) da empresa Microvision (EUA) em que um feixe de 18 milhões de pixels / segundo é lançado diretamente na retina. O número assusta mas a operação é saudável e revolucionária. Ao uso de projetor microminiaturizado montado num chip bem fino, o Nomad transforma o olho humano numa estação de TV, eliminando interferências que prejudiquem a qualidade de imagem. Utilizado como um visor, o aparelho já tem encontrado aplicações em procedimentos cirúrgicos ortopédicos e urológicos na famosa Cleveland Clinic de Ohio, EUA. O aparelho também permite ao cirurgião sobrepor o escaneamento de imagens de ressonância magnética com outros registros de sinais vitais do paciente sendo operado ou examinado.

A 4.ª invenção, da Medtronic Neurological (Minneapolis, MN, EUA), é o Activa ou terapia de controle do tremor através de estimulação elétrica suave do cérebro. É pretendida como uma alternativa à terapia com drogas aplicada aos pacientes com o mal de Parkinson que geram efeitos colaterais indesejados. Tarefas antes dificultosas ou mesmo impossíveis tais como escrever, despejar líquidos, auto-alimentação e manuseio de peças do vestuário passam a ser executadas pelo próprio paciente sem maiores dificuldades. Um par muito fino de eletrodos metálicos (após perfuração de 2 microorifícios no crânio) são implantados para estimular células-alvo do tálamo com o auxílio de um neuroestimulador fixado ao nível da clavícula. O objetivo final, bloqueando seletivamente alguns sinais elétricos anômalos do cérebro, é a anulação dos tremores dos membros, cabeça e voz. A esperança é que o aparelho também venha permitir o controle da epilepsia e outras enfermidades neurológicas., incluídas as seqüelas de AVCs – acidentes vasculares cerebrais. A tecnologia foi baseada no marcapasso cardíaco e adaptada para a neuroestimulação cerebral. O fabricante, todavia, alerta para os riscos e inconvenientes que são próprios de qualquer procedimento cirúrgico. A bateria é suficiente para um uso mínimo de 3 anos.

José Domingos Fontana (jfontana@ufpr.br) é professor emérito da UFPR junto ao Departamento de Farmácia, pesquisador do CNPq e prêmio paranaense em C&T.

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