Governo amplia rede nacional para busca de crianças desaparecidas

Na busca por mídias alternativas para divulgar os retratos de menores desaparecidos, a Rede Nacional de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, da Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Justiça, pretende criar em setembro um cartaz nacional com os casos mais importantes de cada Estado. Segundo o coordenador da rede, Alexandre Reis, o cartaz vai mostrar à sociedade que as delegacias de proteção da criança e do adolescente estão trabalhando articuladas em todo o Brasil na busca dos jovens desaparecidos.

O coordenador disse ainda que outra estratégia é selecionar maneiras alternativas de expor as fotos das crianças e adolescentes e disseminá-las para todo o país, por meio da rede. ?Hoje recebemos um grupo do Mato Grosso do Sul que pretende colocar fotos das crianças nos botijões de gás que vão para as fazendas. É interessante, pois muitos casos de desaparecimento estão relacionados com o trabalho escravo em fazendas e tráfico de seres humanos?, destacou. No Rio de Janeiro, uma parceria entre o governo estadual e empresários proporcionou a divulgação de fotos de duas meninas desaparecidas em um outdoor próximo a uma estação do Metrô da cidade.

Criada em dezembro do ano passado, a rede tem como objetivo desenvolver um cadastro nacional com os nomes dos menores desaparecidos e já conta com o apoio de 20 Estados. ?Em alguns Estados, os convênios estão sendo fechados. Uns estão comprando equipamentos, outros, estão criando a delegacia de proteção da criança e do adolescente. Temos a previsão da criação de duas ou três delegacias ainda neste semestre,? explica o coordenador da rede, Alexandre Reis.

Hoje, existem mais de 250 cadastros na rede e desde sua implantação 35 menores foram encontrados. O site da rede (www2.mj.gov.br/desaparecidos) é alimentado pelos registros de desaparecimento encaminhados pelas delegacias estaduais de proteção da criança e do adolescente e pelo público em geral. Qualquer pessoa pode denunciar. Basta preencher uma ficha de cadastro disponível na Internet, com o nome do menor, estado onde desapareceu, descrição de como estava vestido e enviar uma foto. A notificação é enviada para a delegacia responsável que vai verificar a ocorrência.

A subsecretaria também está estabelecendo parcerias com organizações não-governamentais internacionais, como a Missing Kids. De acordo com o coordenador, Alexandre Reis, a idéia é disponibilizar os dados nacionais da rede para a organização. ?Estamos ampliando a visibilidade dos casos em outros países. Há alguns recursos da rede Missing Kids que são interessantes para nós, como a progressão de idade e fotos. Além disso, o site da organização gera um pôster que qualquer pessoa pode imprimir e pregar na rua?, enfatizou.

Estima-se que 15 a 20 mil crianças e adolescentes desaparecem por ano no Brasil. A maioria dos desaparecimentos é motivado por conflitos familiares. Setenta e cinco por cento dos casos são solucionados no primeiro mês. Em geral, os menores retornam para casa espontaneamente. De acordo com o coordenador, grande parte das denúncias envolve garotos na fase da adolescência. Para Alexandre Reis, São Paulo e Rio de Janeiro são os Estados que mais registram desaparecimentos.

O endereço da Rede Nacional de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desaparecidos é: http://www2.mj.gov.br/desaparecidos.

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