Controle populacional da aranha-marrom pelo som

Os sons emitidos pelas aranhas vão ajudar os pesquisadores a fazer o controle populacional da aranha-marrom. A comunicação vibracional desses animais, que são sinais químicos emitidos por machos e fêmeas antes e durante a cópula, já foi captada e agora se pretende comparar como esse ?canto? interfere na procriação entre as diferentes espécies.

A pesquisa Monitoramento e controle populacional da aranha-marrom (Loxosceles intermedia): semioquímicos, limonóides de Meliáceas e predadores naturais, desenvolvida por uma equipe multidisciplinar da Universidade Federal do Paraná (UFPR), vai ganhar um novo reforço com a participação do pesquisador da Eslovênia, Andrej Cokl. Chefe do Instituto Nacional de Biologia de Ljublajana e especialista em comportamento de insetos, bioacústica e neurobiologia, Cokl está em Curitiba para cooperar cientificamente com os pesquisadores brasileiros.

Durante o trabalho, Andrej Cokl identificou que os sons emitidos pelas aranhas, que não são audíveis ao ouvido humano, mas podem ser registrados e interpretados em laboratório, mostram que machos e fêmeas de uma mesma espécie se reconhecem a curta distância.

Esse ?canto? também é responsável, por exemplo, para que uma fêmea possa escolher o parceiro para a cópula por detectar que se trata de um macho saudável, proporcionando mai-or probalidade de sucesso no ato, e com isso, tendo maior chance de garantir uma procriação.

De acordo com o professor do Departamento de Química da UFPR, e integrante da pesquisa, Francisco de Assis Marques, esse tipo de comunicação poderá ser usada no controle dos animais. Ele acrescenta que com esses sinais, junto com outros métodos de controle, será possível conseguir viabilizar armadilhas para captura. Marques adiantou que já foram gravadas a comunicação de seis casais de Loxosceles intermedia copulando, e que agora o estudo quer ver como esses sinas interferem para a cópula de duas outras espécies de aranhas: a laeta e a gauche.

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