Como a gripe se torna global

São Paulo – Da Ásia para o mundo, ano após ano. Focos sazonais de gripe causados pelo vírus da influenza do tipo A (o mais comum) evoluem constantemente em epidemias que se sobrepõem umas às outras na Ásia e, a partir dali, espalham-se pelo resto do planeta. A afirmação é de um estudo publicado na edição de 18 de abril da revista Science.

De acordo com a pesquisa, feita por cientistas da Europa, Estados Unidos, Japão e Austrália, o vírus se manifesta inicialmente no leste e no sudeste da Ásia e, de seis a nove meses depois, espalha-se pela Oceania, Europa e América do Norte. Mais alguns meses e alcança a América do Sul, onde termina seu ciclo. A pesquisa diz que essa movimentação a partir do que chamaram de ?rede de circulação do leste e sudeste asiático? tem ocorrido desde 2002. Cientistas analisaram amostras do subtipo H3N2, colhidas em seis continentes de 2002 a 2007 pela Rede Mundial de Vigilância da Influenza, da Organização Mundial da Saúde (OMS). Foram comparadas diferenças físicas entre as amostras em uma glicoproteína de superfície. Essa proteína, a hemaglutina, é o alvo primário da resposta imunológica e mesmo pequenas alterações nela facilitam a ação do vírus. Por meio da análise, os pesquisadores identificaram diferentes cepas do vírus do tipo A à medida que elas se manifestavam em diferentes continentes. Com isso, foi possível construir um mapa da circulação mundial do vírus.

Segundo a OMS, as epidemias de gripe atingem anualmente de 3% a 15% da população mundial, provocando de 3 milhões a 5 milhões de casos de gravidade considerada severa e de 250 mil a 500 mil mortes.

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