Biocerâmica: de militar a civil

O fim das dores, inchaços, edemas e até das temidas celulite e gorduras localizadas pode ser alcançado com a tecnologia da biocerâmica, introduzida no Brasil em 1999. Ela é indicada para diversas aplicações, como em pacientes com diabetes, artrose ou Lesão por Esforço Repetitivo (LER). Pesquisadores brasileiros realizam estudos científicos que comprovam os efeitos terapêuticos dessa tecnologia desde 2002.

A biocerâmica é um pó mineral que absorve as ondas de calor. Foi largamente utilizada na área militar, ao ser impregnada no tecido para a confecção de roupas. Como retém o calor, os soldados não eram vistos pelos binóculos de infra-vermelho, usado durante a noite. Estudos sobre os efeitos da biocerâmica concluíram que ela seria terapêutica.

O terapeuta Osvaldo Fogaça explica que o corpo libera calor através de ondas, absorvidas pela biocerâmica. As células se excitam e emitem uma luz que retorna para dentro do corpo, em forma de raios de infra-vermelho longos. Isto faz com que se inicie o processo de bioestimulação, quando as moléculas começam a vibrar, aumentando a permeabilidade da membrana celular.

De acordo com ele, os primeiros efeitos positivos são a desintoxicação e nutrição celular. A bioestimulação aumenta o metabolismo das células, que precisam de mais energia para se manter e passam a utilizar a gordura acumulada nos tecidos. A bioestimulação propicia também a eliminação de líquidos estacionados nos tecidos. Além disso, acaba com edemas e inchaços. "A água que comprimia a circulação e a rede linfática acaba retornando para os vasos sangüíneos. Tira a pressão em cima dos nervos e acaba com as dores. A tecnologia dá uma resposta importante nos casos neuromusculares, como a fibromialgia. Estudos com pacientes indicaram uma melhora de até 80% das dores com a bioestimulação", comenta Fogaça.

As dores são eliminadas porque o infra-vermelho auxilia na produção de endorfina e no aumento de vasodilatação, incrementando a concentração de oxigênio nas células. Além desses benefícios, a bioestimulação deixa o sangue menos viçoso, favorece a cicatrização e ajuda na produção de elastina e colágeno, deixando a pele mais bonita.

O consultor técnico Valdenir Grzechota acrescenta que a bioestimulação corrige o meio onde as células estão inseridas, fazendo com que o próprio corpo resolva os problemas de saúde. "O infra-vermelho estimula as funções de cada célula", resume. A biocerâmica está impregnada em produtos (com registro no Ministério da Saúde) como luvas, bermudas, camisetas, máscaras e cintas. Pode ser encontrada ainda em alguns equipamentos.

A última novidade nesta área, de acordo com Grzechota, foi o desenvolvimento de um aparelho baseado neste processo, para auxiliar na cicatrização de feridas que não fecham. "Ele trabalha o meio, fazendo com que se recupere. Tudo é regenerado totalmente", aponta. A regulamentação e a comercialização da máquina está programada para março.

A utilização da técnica está ganhando força no País, segundo Osvaldo Fogaça. Mais informações no telefone (41) 3024-8714.

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