Toda mulher deseja ter um cabelo bonito, com fios saudáveis e bem cuidados. Mas algumas apresentam um problema que pode trazer incômodos e até prejudicar o visual, a caspa. Esta doença é um tipo de processo inflamatório que provoca a descamação do couro cabeludo, ficando evidente até nas roupas, com o desagradável efeito estético da queda das células mortas.
Comum em homens e mulheres, segundo estimativas, a caspa acomete cerca da metade da população mundial. E de acordo com o dermatologista Elso Elias Vieira Junior, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) na área de salões de beleza, o problema é provocado pela associação de três fatores principais. “Tem caspa quem possui pré-disposição genética, oleosidade excessiva da pele e presença de um fungo que se alimenta do sebo da pele, provocando inflamação, coceira, sensação de ressecamento e descamação”.
Além destes fatores, outras condições podem piorar ou desencadear a caspa. Entre elas, estão os casos de alterações hormonais, cansaço, estresse, clima frio e seco, banhos com água muito quente e até a utilização de alguns remédios, como os antibióticos. No entanto, não há comprovação se ela afeta mais as pessoas do sexo feminino.
O médico explica que, além do couro cabeludo, a caspa também pode se desenvolver, ainda que em menor intensidade, na região dos cílios e sobrancelhas. Outra característica da caspa é que ela não é transmitida de uma pessoa para a outra. E, apesar de poder ser controlada, ela não tem cura. “A caspa tem controle, mas não cura. Para amenizar o ressecamento e a descamação, é preciso procurar um médico para receber o diagnóstico adequado, afinal, nem toda a descamação é caspa”.
Outros mitos que envolvem a questão dão conta de que a caspa seja uma doença sazonal, que só aparece em determinadas épocas do ano. “Isto também não é verdade. O que pode acontecer é uma piora no inverno devido ao aumento da oleosidade pelo hábito de tomar banhos muito quentes ou, então, no verão, se a pessoa dorme com o cabelo molhado ou usa bonés e chapéus abafando a cabeça por muito tempo”, observa Viera Junior.
Prevenção e tratamento
Para a dermatologista do Hospital VITA Fabiane Mulinari Brenner, o tratamento da caspa passa pelo cuidado de evitar alguns hábitos. “Tomar banhos quentes e demorados e utilizar o secador com muita frequência, em temperatura alta, podem ocasionar o ressecamento do couro cabeludo e provocar a descamação”.
Para evitar a descamação e a coceira, ela recomenda que as mulheres que sofrem com a caspa procurem utilizar xampus específicos, podendo ser formulados por um médico ou comprados diretamente nas farmácias. “Procure por xampus à base de piritionato de zinco, alcatrão, ou cetoconazol. Se a descamação estiver ativa, o uso destes xampus pode ser diário ou, então, quando a caspa estiver controlada, elas podem alternar o xampu anticaspa com outro para cabelos oleosos”.
Outro cuidado deve ser com a forma de aplicar o xampu. Fabiane ensina que o xampu anticaspa deve ser aplicado no couro cabelo, com pausa de cinco minutos para os ativos reagirem com a pele. Depois disto, ele pode apenas escorrer pelos fios e depois deve ser enxaguado. No comprimento e nas pontas, ela recomenda a utilização de um bom condicionador. “Desta forma, a mulher elimina a caspa e ainda preserva a hidratação dos fios. E, se a oleosidade for muito evidente, elas podem utilizar uma vez por semana um xampu antirresíduos”. Com a utilização dos xampus adequados, os médicos afirmam que em duas semanas, em média, os sintomas como coceira e a descamação costumam desapare,cer ou diminuir.
