Quando o assunto é cabelo, o maior terror para as mulheres tem nome: pontas duplas. Aquele aspecto de cabelo quebradiço, sem brilho e mais fino não vai embora apenas com uma passada de óleo de silicone. O mercado da beleza tem colocado à venda produtos que prometem acabar com elas. Opções não faltam, mas os profissionais do ramo garantem: estas soluções apenas adiam uma decisão inevitável, a de ir ao cabeleireiro para um corte.
As pontas duplas aparecem porque a oleosidade produzida pelo couro cabeludo não atinge todo o fio. Este óleo natural chega naturalmente até 20 centímetros de comprimento do cabelo, segundo o professor de estrutura capilar e modelagem do curso de estética e cosmética da Faculdades Opet, Carlos Alberto dos Santos. Por isso, muitas vezes, a ponta do cabelo pode ficar ressecada. “Muitas mulheres não escovam os cabelos como antigamente. Escovar leva esta oleosidade natural para as pontas do cabelo”, esclarece.
Cabeleireiro do salão Lady & Lord no Shopping Curitiba, Joelson Piu (foto) explica que as pontas duplas surgem nos cabelos mais longos que não são mantidos corretamente. As mulheres que têm resistência em cortar as madeixas são as que mais sofrem com o problema. A recomendação do profissional é um corte a cada dois meses, junto com um tratamento capilar frequente. “As pontas duplas surgem, por exemplo, pelo excesso de escova ou pelo atrito do cabelo com as roupas e no travesseiro. Os cabelos com mechas e tinturas que não passam por um processo de tratamento também sofrem porque os produtos químicos dilatam os fios, deixando-os mais vulneráveis”, explica.
Os produtos existentes no mercado que prometem acabar com as pontas duplas, sem a necessidade de cortar, formam um filme em torno do fio, juntando as pontas e dando o aspecto de um único fio. Mas, conforme esta proteção vai saindo, a ponta dupla dá o ar da graça novamente. “Esses produtos têm um efeito cosmético, como uma maquiagem. Dá a sensação de que o cabelo está bem tratado, mas não é isso o que acontece. Não existe alternativa para acabar com as pontas duplas a não ser o corte e, depois, a prevenção”, avalia Santos.
Ele aconselha um cuidado diário com xampu, condicionador e um leave-in, uma espécie de creme sem enxágue, que deve ser aplicado por último. “Isso ajuda o cabelo a ter a oleosidade que naturalmente deveria existir”, comenta o professor. Um corte a cada dois meses também integra a lista de recomendações de Santos.
Piu ainda explica que existe uma técnica especial para aquela mulher que já está com o cabelo cheio de pontas duplas e que não quer cortar de jeito nenhum. É um tipo de corte que tira as partes danificadas, sem alterar o volume ou o formato do cabelo. É o chamado corte bordado, que vem sendo cada vez mais solicitado nos salões de beleza. Com técnica diferenciada e tesoura especial, o cabeleireiro separa todo o cabelo em mechas e faz o corte à seco apenas onde há pontas duplas. “O corte bordado mantém o corte de cabelo da mulher, mas reduz o frizz e dá mais brilho”, explica.
De acordo com ele, o corte bordado deve ser feito apenas duas vezes ao ano. A mulher não deve ficar dependente desta técnica e deixar de fazer a manutenção devida. “Pode ser considerada a passagem para uma nova etapa quanto aos cuidados do cabelo. É preciso tratar e, posteriormente, fazer a manutenção do corte a cada dois meses. Senão, as pontas duplas vão surgir novamente”, afirma Piu. Ele também recomenda a aplicação, a cada 15 dias, de uma máscara capilar para força e reconstrução do cabelo. Isto pode ser feito em casa mesmo e há diferentes marcas, com preços variados. Além disto, a mulher deve passar a cada dois meses por um tratamento no salão de beleza.