Mulheres de Sucesso: a delegada Maritza Haisi

Você já deve ter visto muito o nome dela aqui na Tribuna. Aos 43 anos, a delegada Maritza Maita Haisi já foi titular da Delegacia de Homicídios (DH) e de mais de uma dezena de outras unidades da Polícia Civil. Mas hoje não é dia de saber como está o andamento de uma investigação comandada por ela. Aqui no TDelas, você fica conhecendo um pouco mais da vida e da personalidade desta delegada, que assumiu recentemente a Coordenadoria das Delegacias da Mulher (Codem) do Paraná.

– Como surgiu a vontade de ser delegada?

Desde cedo, sabia que queria ingressar na carreira jurídica. Durante o curso de Direito, tive o primeiro contato com a Polícia Civil, por meio de um escrivão que fazia o curso comigo, o Valdomiro Nenevê, e me apaixonei pela carreira ao conhecer as atribuições da polícia mais a fundo.

– Por que se identificou com a profissão?

Sou uma pessoa muito inquieta e imaginei que essa fosse a carreira ideal para o meu perfil. Afinal, nenhum dia é igual ao outro para uma delegada. Em um momento, você está despachando, conduzindo uma investigação. No minuto seguinte, está na rua fazendo diligência in loco.

– E como foi o início de sua trajetória profissional?

Logo que me formei, passei no concurso. Não li nem o edital para saber qual seria o salário. Não me preocupei com a questão financeira, com preconceitos que viriam ou com o risco da profissão. Queria ser delegada de qualquer jeito. O começo foi um pouco difícil porque fui direto para Cascavel e nunca tinha morado fora de Curitiba, mas nunca tive dúvidas do que queria, pois me sinto útil para a sociedade nesta profissão.

– Desde então, por onde já passou?

Pelas minhas contas, já passei por 13 unidades, bem diferentes entre si, desde delegacias de município, como em Paranaguá e Guarapuava, até as especializadas. Em Campo Largo, que é uma cidade mais conservadora, um jornal até fez uma enquete perguntando à população o que achava de a segurança estar nas mãos de uma mulher quando chefiei a equipe, mas acho que me saí bem.

– De todas essas unidades, onde foi mais difícil o trabalho?

Nunca senti preconceito dos colegas, pois a Polícia Civil valoriza muito a liderança e a firmeza. E, como mulher, tenho muita organização, obstinação e capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Então, o mais difícil é lidar com situações em que o bem atingido é a dignidade da vítima, como em casos de estupro. É preciso muita força para separar o profissional do emocional nessas horas.