Amamentar também traz vantagens para as mamães

Os benefícios da amamentação para os bebês já são bastante conhecidos por terem sido amplamente divulgados em diversas campanhas nos últimos anos, mas muitas mães ainda desconhecem as vantagens que esse hábito traz para si mesmas. Conscientizá-las a respeito da importância do aleitamento tanto para as crianças quanto para as próprias mães é um dos objetivos dos vários eventos previstos para ser realizados a partir de amanhã, quando comemora-se o Dia Mundial da Amamentação.

Algumas dessas atividades se estendem até o próximo dia 7, quando termina a Semana Mundial da Amamentação. Em Curitiba, a principal é a ação de orientação promovida pelo Programa de Aleitamento Materno (Proama) da Prefeitura Municipal, que acontece amanhã e sexta na Praça Rui Barbosa, no Centro. A atividade deve levar para a rua um serviço que já é ofertado pelo Proama na sede principal do programa Mãe Curitibana.

“Aqui, atendemos mães que estão com dificuldades no aleitamento, aconselhando-as e orientando-as a respeito de todas as questões relacionadas à amamentação, inclusive com um telefone celular que fica ligado durante as 24 horas do dia”, explica a coordenadora, Claudete Teixeira Krause Closs. De acordo com ela, as principais dúvidas se referem à dificuldade da criança em mamar ou ganhar peso e também a mamas empedradas ou rachadas.

E não são apenas as mães de primeira viagem que procuram o atendimento, mas também as mais experientes, que já tiveram filhos anteriormente. Independente de serem mães do primeiro filho ou não, muitas delas também desconhecem as vantagens que a amamentação traz para sua própria saúde. “Além do benefício mais conhecido, que é o vínculo entre mãe e filho, o aleitamento materno promove mudanças no metabolismo da mulher, protegendo-a de problemas que possam aparecer futuramente”.

Segundo o obstetra do Hospital Maternidade Santa Brígida, Gleden Teixeira Prates, os benefícios da amamentação são muitos. “Pesquisas mostram que o aleitamento promove uma proteção contra o câncer de mama. O fator causal ainda não foi identificado, mas provavelmente isso acontece porque a função da glândula mamária é produzir leite para a amamentação. Do contrário, as células ficam mais propícias a sofrer degeneração”, explica o médico. Claudete ainda afirma que a proteção também se estende aos ovários.

Além disso, o aleitamento contribui com a saúde emocional da mãe também, fazendo com que ela tenha menos tendência a desenvolver uma depressão pós-parto. “Assim, a mulher sente que está dando a assistência que o filho precisa, que está cumprindo seu papel de mãe. Alguns estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) ainda indicam que a amamentação diminui, a longo prazo, os riscos de a mãe ter hipertensão, diabetes e desenvolver obesidade”, completa Prates.

Por último, a amamentação também ajuda o corpo da mãe a voltar ao normal mais facilmente após o parto. “Os hormônios que fazem com que o leite seja produzido (prolactina) e seja ejetado para alimentar a criança (ocitocina) atuam também sobre o útero, fazendo com que ele se contraia e volte ao normal com mais facilidade, independente de o parto ter sido normal ou não, o que faz com que a barriga diminua mais rápido também”, explica Prates.

Segundo Claudete, dois meses são suficientes para que o corpo da mulher volte ao normal quando ela está amamentando. “Desta forma, o útero volta a ter o tamanho do punho da mulher. Além disso, esse processo também reduz o risco de hemorragias e aumenta a reserva de ferro no organismo”, afirma. Este foi o principal benefício da amamentação observado pela corretora de imóveis Caroline Lenz Cesca, 32 anos, em relação à sua própria saúde.

de Catarina, com sete meses. “Dá para ver no meu rosto como emagreci e isso com certeza tem relação com a amamentação, pois a demanda energética é muito grande. No início, era só começar a amamentá-la que ficava com a boca seca e tinha que pedir um copo de água”, conta. A saúde da filha, no entanto, é a maior prioridade de Caroline, é claro. Ela pretende amamentar Catarina até os dois anos, pois sabe que o leite materno protege a criança contra muitas doenças.

Prates confirma a percepção de Caroline. “A amamentação diminui os riscos de doenças respiratórias, diarreias, alergias e contribui para a redução da mortalidade infantil”, afirma o médico. Claudete complementa: “Também melhora o desenvolvimento cognitivo, fazendo com que a criança tenha três pontos de QI a mais do que o normal”. A recomendação é que a criança seja alimentada exclusivamente com leite materno até seis meses e, depois, até um ou dois anos, com leite e outros alimentos.

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