Os divórcios estão em alta. Recentemente uma pesquisa mostrou que eles chegaram a 200% entre 1984 e 2007. Mas esta notícia só não chega a ser tão desoladora porque um outro número também está em expansão, o de casamentos. O que podemos concluir? Está mais fácil unir-se e separar-se. Mas como isso mudou a nossa visão sobre o parceiro? A psicóloga e sexóloga Mara Pusch fala sobre o assunto.
É possível dizer que casamentos não são mais para sempre? O que mudou no comportamento das pessoas?
O casamento ainda é importante, o que mudou foi a forma das pessoas encararem a sua durabilidade. Muitos se casam com a frase “se não der certo eu me separo”. Claro que se não der certo devem se separar mas o ideal é que se casem com o intuito de ficarem juntos, enfrentando as adversidades. E não simplesmente desistirem no primeiro obstáculo.
Você acredita que as pessoas estão menos preparadas para viver uma vida juntas?
As pessoas estão mais individualistas. Ficam independentes mais cedo e muitas vezes querem tanto realizar os próprios desejos que não há espaço para mais ninguém. Mas ao mesmo tempo sentem-se sozinhas. É antagônico, mas é o que está acontecendo.
Quais as conseqüências que isto pode trazer para o casal? E para os filhos?
Um relacionamento ruim prejudica todo mundo. O casal que tem uma vida ruim faz com que os filhos comecem a associar falta de afeto com casamento. Ou seja não é saudável para ninguém.
O que o casal deve levar em consideração antes de subir ao altar?
Que estarão abrindo mão de sua individualidade para se tornar um casal, que percorrerão um caminho juntos em busca de desejos e projetos em comum. Isso não significa se anular, mas sim ter que negociar o tempo todo.
Existem algumas perguntas que o casal pode se fazer antes de terminar um relacionamento?
Acredito que devem pensar onde erraram para que não repitam o erro, além de aprenderem com a situação vivida. E pensar que num outro momento serão capazes de se unir a alguém.
Você acredita que terminar um relacionamento também tem um lado positivo?
Claro! A decisão de terminar algo não é fácil, mas demonstra que as pessoas não querem ficar acomodadas naquela situação ruim. E neste caso o término funciona como a possibilidade de um recomeço!