Luto

Lenda do futebol, Alfredo di Stéfano morre aos 88 anos

Poucos jogadores de futebol merecem ser chamados de grandes. Principalmente estrangeiros, já que Deus abençoou o Brasil com interminável safra de craques. Mas poucos em todo mundo foram tão grandes quanto Don Alfredo – conhecido por La Saeta Rubia (Flecha Loira) ou por seu nome de batismo: Alfredo di Stefano Laulhé. Se o leitor acha que o Real Madrid é um time cheio de craques, saiba que o time madrileno considera Di Stefano, que morreu ontem aos 88 anos em decorrência de uma parada cardíaca, “o melhor jogador de todos os tempos”. O atacante conquistou oito títulos nacionais em onze anos, além do mundial de 1960 e a Copa do Rei de 1962. Ele sofreu a parada cardíaca dia 5 em uma rua próxima ao estádio Santiago Bernabeu, em Madri.

Di Stefano é uma espécie de Pelé espanhol – ou argentino. Jogou ao lado do húngaro Puskas, outra lenda do futebol europeu. Com estes dois os merengues se tornaram os maiores vencedores de títulos da Espanha e da Europa. Di Stefano jogou ainda pelas seleções da Argentina (6 jogos e 6 gols), Colômbia (4 jogos) e Espanha (31 jogos e 23 gols), nesta ordem, mas não disputou nenhuma Copa do Mundo. Foi campeão pelo River Plate no começo da carreira e na Argentina ainda jogou pelo Huracán. Depois foi para a Colômbia onde atuou no Milionarios, pelo qual disputou 102 jogos e fez 88 gols. Em 1953, foi para o Real Madrid, onde fez 396 partidas e 307 gols. Jogou ainda dois anos no Español. A carreira durou 21 anos, de 1945 a 1966. Depois ele engatou carreira de treinador que durou 24 anos: de 1967 a 1991.

Di Stefano foi presidente honorário do Real Madrid desde 2000, além de presidente honorário da UEFA desde 2008. Os velhos argentinos acham que Di Stefano foi melhor que Pelé e Maradona, que também considerava Don Alfredo melhor. As opiniões sobre ele são fortes. Joaquín Peiró, do rival Atlético de Madri, disse: “Aqueles que o viram jogar, viram. Os que não viram, perderam”. Gianni Rivera disse: “Ele nos enlouqueceu”. E Bobby Charlton afirmou: “Foi o mais inteligente que vi jogar”. Butragueño, que foi da seleção da Espanha, disse: “A história do Real começa com Di Stefano”. Na Argentina ele foi o único a ser campeão treinando River Plate e Boca Juniors. Uma das maiores mágoas do jogador, foi não ter disputado uma Copa do Mundo. Quis o destino que morresse no meio de uma. Don Alfredo não está mais conosco.

Arquivo
Nos anos 50, craque e multicampeão no Real Madrid, Di Stefano teve o mundo do futebol em suas mãos.
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