Havia nos anos 30 um clube argentino chamado Club Atlético Atlanta, de Buenos Aires, conhecido pela alcunha de Los Bohemios e que usava cores azul e amarela. Os amigos de Fedato resolveram organizar um time para jogar no campo do Caetano (que ficava ao lado do armazém do senhor. Caetano Grassi, na esquina das ruas Almirante Tamandaré e Fernando Amaro) e botaram o nome do clube argentino. O campo não tinha trave, mas a bola corria do mesmo jeito. Este foi o primeiro time que o garoto Aroldo lembra ter defendido. Outro clube que defendeu na mesma época foi o Itália, organizado em algumas festividades. Nesta época, Fedato era centroavante e jogava bem. Os amigos prognosticaram que ele ia ser um grande jogador de futebol. De tanto atuar nas peladas no campo do Caetano, ele foi visto por um funcionário do Coritiba – Altair Cavalli -, que em 1939 o levou para treinar no juvenil do Alto da Glória. Fedato tinha 15 anos. Aí aconteceu aquele episódio inusitado que aparece na vida de muitos jogadores. O zagueiro central do juvenil do Coxa, Laerzio Campeli, que era amigo de Fedato, brigou com o técnico e foi jogar no Atlético, deixando um buraco na defesa.
O técnico – sargento Arturi – ganhou um desafeto e revelou um craque. Com seu olho clínico, mandou o centroavante Fedato, que era alto e forte, para a zaga central. “De centroavante, eu passei para zagueiro. Nem reclamei, porque estava chegando ao Coritiba e o que eu mais queria era um lugar no time titular”, recorda. Foi assim que o futebol paranaense perdeu um promissor centroavante, mas ganhou um grande zagueiro.
A assinatura do primeiro contrato, Fedato lembra como se fosse hoje. Era o mês de maio de 1943, e ele estava na agência do Bank of London & South America Limited, no centro de Curitiba, onde trabalhava no setor de cobranças. Mister Caswell, o gerente, o chamou. Um cliente importante queria falar com Aroldo Fedato. Era o presidente do Coritiba, Antônio Couto Pereira. “Ele disse que o Coritiba precisava de mim e que um dia eu seria ídolo no clube. Ele me ofereceu um contrato para jogar no clube”, recorda.
Foi assinado um contrato de três anos, de 7 de maio de 1943 a 7 de maio de 1946, sem luvas e salário. O clube pagaria a mensalidade do curso de contabilidade que Fedato fazia e, se as coisas fossem bem, o atleta receberia uma ajuda de custo. Ele se firmou no time titular no final de 1943. Ainda neste ano ganhou o primeiro título como profissional: o Torneio Imprensa. O ano seguinte foi talvez o mais importante na carreira de Fedato: ele conquistou a titularidade no Coritiba, foi convocado para disputar o Campeonato Brasileiro de Seleções (disputado de dois em dois anos) e logo de cara virou capitão.