Evangelino Neves barrou ida de Aladim para o Internacional

Em março de 1973, o diretor do Corinthians, Almir de Almeida, havia acertado o empréstimo de Aladim para o Coritiba. “Foi uma coisa estranha, por que havia times do Rio de Janeiro, como o Flamengo, querendo comprar o meu passe. Eu estava doido para voltar para o Rio. Mas o Corinthians não queria me vender. Então, teve um jogo do Corinthians e eu ia viajar no dia seguinte para Curitiba. Nem fui ao Pacaembu me despedir dos amigos no vestiário. Fiquei no apartamento em que morava com outros amigos do Corinthians, pensando que na terça-feira eu ia viajar para Curitiba. Aí, perto da meia noite, depois do jogo no Pacaembu, a campanhia do apartamento toca. Fui conferir pelo olho mágico e percebi que era o Paulo Borges, o Dino Sani e outro homem que não conhecia, que, vim a saber depois, ser diretor do Internacional. O Paulo Borges perguntou por onde eu andava, que o Dino Sani estava atrás de mim para me levar para o Inter. Contei que estava indo para Curitiba”, recorda, para desespero do ex-treinador.

Aladim conta que Dino e o diretor do Inter disseram para ele esquecer o Coritiba. “Respondi que não podia faltar com a palavra. Tinha dito que ia para o Coritiba e tinha que, pelo menos, falar com os diretores. Na terça-feira, vim para Curitiba. Cheguei no aeroporto e tinha quatro diretores me esperando: o presidente Evangelino Neves, mais o Luís Afonso Alves de Camargo Neto, o Eli Thomaz de Aquino e o Estevão Damiani. Eu cheguei para o Evangelino, já pensando em ir para o Inter, que queria comprar o meu passe, e disse que podia ficar em Curitiba, mas queria um salário alto. Chutei lá em cima, que era para ele se assustar e pular fora. O Evangelino ficou quieto, foi ao telefone e me chamou. No outro lado da linha estava o Almir de Almeida. Ele disse para eu não fazer aquilo, que eu estava pedindo muito. Senti a pressão e acabei ficando”, afirma.

Ainda assim, Aladim não reclama do contrato que assinou. “Pedi muito mais alto do que ia pedir antes da visita do Paulo Borges e do Dino Sani. Dois meses depois daquele acerto, o Almir de Almeida deixou o Corinthians e assumiu a supervisão do Coritiba. Quem foi no meu lugar para o Internacional foi o Lula, que era do Fluminense. O Inter foi campeão brasileiro naquele ano, com Falcão, Dino Sani e muita gente que marcou história no futebol brasileiro’, relembra, garantindo no ter se frustrado.