A Bike é chique!

Paris decretou que a bike está na moda. A tendência veio para ficar!

A bicicleta é chique na França. Quem diz é Mauro Ribeiro que morou vários anos no País e competiu profissionalmente na Copa do Mundo de Ciclismo. “Em Paris, você chega, coloca um cartão, pega a bicicleta e anda pela cidade. Custam três euros cada seis horas. Depois deixa numa estação e o sistema registra e dá baixa. Pronto. Dentro da cidade anda-se muito de bicicleta. É complicado andar de carro em Paris porque não muitos lugares para estacionar. Tem que ser a pé, de metrô ou de bicicleta. Eu acho que esta é uma tendência que veio para ficar.” Andar de bike também é chique em Nova York, Montreal, na Holanda, Bélgica e outras cidades e países. Mas o brasileiro ainda não tem grande apego a este veículo. E esta é uma das razões para o País não ocupar lugar de destaque no ciclismo.

Ribeiro acha que primeiro é preciso aprender a gostar da bicicleta e de suas virtudes. Para, depois, o Brasil projetar alguma coisa no ciclismo competitivo. “Aos poucos o ciclismo ganha espaço no Brasil. Não digo para competir, mas está mudando a visão sobre o ciclismo. No ciclismo competitivo o Brasil ainda está muito longe para se rivalizar com outras nações”, diz ele. Ribeiro é grande defensor do veículo: “A bicicleta nos dá sensação de liberdade, contribui para a melhoria da qualidade de vida, amplia a consciência ecológica e sem contar que também é um meio de locomoção”. “Eu procuro ser otimista. Acho que a criação de ciclovias em São Paulo foi um pequeno empurrão. Cada situação é um pequeno empurrão. A Olimpíada deverá trazer um leque maior de interesse pelo ciclismo no País, acredito”, diz ele.

Veja aqui a primeira matéria com Mauro Ribeiro!

O esportista acha que a questão principal é cultural. “Estamos muito atrás dos grandes países europeus, como a França. Estamos atrás da Colômbia que é nosso vizinho e hoje é um país que fornece talentos para a Copa do Mundo. Hoje eles são os terceiros do mundo e já estiveram em primeiro no ano passado. Mário Quintana, que é colombiano e tem apenas 24 anos, foi segundo colocado no Tour de France deste ano”, conta Ribeiro, que esteve na França em julho. E não só: a Argentina está à frente do Brasil, a Venezuela também, sem contar México e Estados Unidos. O mais contraditório é que o ciclismo é um esporte altamente profissional. “Um ciclista de ponta hoje fatura 6 milhões de euros por ano. Os que estão na lista dos cem melhores ganham pelo menos 1 milhão de euros por ano, sem contar direito de imagem, publicidade e outras coisas. Para montar equipe competitiva para disputar a Copa do Mundo, gasta-se cerca de 25 milhões de euros por ano. Ninguém entra num negócio deste sem se preparar”, diz ele. Por isso o Brasil, se quiser entrar para valer no circuito, vai ter que aprender a gostar. E, depois, se preparar. Mas tudo passa pela mudança na forma de pensar a mobilidade urbana.

Pedalando no centro

“Eu comecei no ciclismo em janeiro de 1980. Eu fui incentivado pelo Sr. Renato Romeu. Ele foi um grande ciclista e incentivou toda uma geração. Ainda hoje tem por aí uma geração de ciclistas formada por ele”, diz Mauro Ribeiro. O primeiro time foi também de Renato Romeu. “Era o Cicles Clube Romeu, que ficava na Praça 19 de Dezembro. Minhas primeiras pedaladas foram no Centro Cívico”, diz ele.

Campeão na Itália

“Comecei na categoria estreante e no ano seguinte já estava na categoria júnior. Já em 1981, o técnico da Seleção Brasileira de Ciclismo me viu e me chamou para competir pelo Brasil. Ele era um uruguaio que morava aqui, chamado Juan Timão Bettega. Ele percebeu que eu tinha facilidade para competir e me levou para disputar como j&,uacute;nior o Pan-Americano na Argentina, onde fui campeão na categoria por pontos. No ano seguinte fui campeão mundial em Firenze, na Itália”.

Nos Alpes

Durante o período em que competiu profissionalmente na Europa, Mauro Ribeiro morou em Grenoble, na França, no sopé dos Alpes. E quando passou a ser consultor da Castelli, ele foi morar em Châtel, estação de esqui na divisa da França com a Suíça, perto de Genebra.

Conquistas de Mauro Ribeiro

Tricampeão Paranaense

Campeão Brasileiro Adulto e Júnior

Campeão Panamericano Júnior 1981/82

Campeão Mundial Júnior 1982

Bronze nos Jogos Panamericanos de Caracas 1983

Bronze nos Jogos Panamericanos de Mar Del Plata 1995

Vencedor da 9ª Etapa do Tour de France 1991

Vencedor da 7ª etapa do Paris-Nice 1991

Campeão Midi Libre 1990

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