Confessou o crime

Preso suspeito de envolvimento na pancadaria antes de jogo entre Coritiba e Corinthians

O torcedor coxa-branca João Carlos de Paula, 24 anos, foi preso em flagrante durante a partida entre Coritiba e Corinthians, na manhã deste domingo (18), no Estádio Couto Pereira, enquanto estava na arquibancada assistindo o jogo com a torcida da Império Alviverde. Ele é suspeito de agredir severamente um torcedor do Corinthians, horas antes da partida, em frente ao estádio. Há outros sete envolvidos na pancadaria, dos quais três estão identificados.

Conforme o secretário de segurança pública do Paraná, Wagner Mesquita, a Polícia Militar planejou a chegada dos torcedores corintianos a Curitiba. Todos os ônibus foram orientados a parar num posto da Polícia Rodoviária Federal na estrada e, a partir daquele ponto, seriam escoltados até o estádio. ‘50 ônibus chegaram sem nenhum problema até o local do jogo. Só que três ônibus e uma van não acataram as orientações da PM, saíram do comboio e fizeram um trajeto diferente do combinado‘, disse. Segundo Mesquita, estes torcedores pararam em frente à sede da torcida organizada Império Alviverde.

Polícia afirma que outros torcedores envolvidos na confusão já foram identificados. Foto: Felipe Rosa
Polícia afirma que outros torcedores envolvidos na confusão já foram identificados. Foto: Felipe Rosa

Os corintianos, afirmou o delegado Clóvis Galvão, da Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe), desceram do ônibus em frente à Império e, quando retornavam a pé para o ônibus, todos entraram e apenas um torcedor ficou por último. Foi puxado da porta pelos coxas-brancas e gravemente espancado.

Um vídeo que circulou nas redes sociais, gravado de cima de um prédio em frente ao estádio – e usado pela polícia para a identificação dos suspeitos – mostra que, depois que a vítima já estava caída no chão, sem reação, João Carlos ainda deu chutes e pulou em cima da cabeça do corintiano. Por isto, foi autuado em flagrante por tentativa de homicídios. Apesar da severidade das agressões, disse o secretário, o rapaz ferido foi liberado do Hospital Cajuru e já voltou para São Paulo. O exame de tomografia constatou que não houve nenhum problema mais sério com a cabeça do agredido e por isto já foi liberado.

Assista a entrevista coletiva da polícia na íntegra

 

Banco de dados

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Tênis usado pelo suspeito, conforme mostra o vídeo. Foto: Felipe Rosa

O que facilitou a identificação de João Carlos e dos outros sete envolvidos, disse o delegado Clóvis Galvão, é porque a Demafe possui um banco de dados atualizados com os participantes das torcidas organizadas de todo o Paraná. Assim que João Carlos foi identificado, policiais vestiram o uniforme da Império Alviverde, adentraram o meio da torcida, com o jogo já em curso, e levaram o suspeito preso.

Segundo Clóvis, além da ajuda dos vídeos, João Carlos confessou o crime quando chegou na delegacia. Os nomes dos outros suspeitos identificados não foram divulgados para não atrapalhar as investigações.
O secretário afirmou que já está em contato com a secretaria de segurança pública de São Paulo, para evitar que aconteçam novos confrontos de torcedores, visto que Coritiba e Corinthians devem se enfrentar novamente no segundo turno do Campeonato Brasileiro, lá em São Paulo, em setembro.

Um ou oito feridos?

FeridocoutoUm dos pontos que não é consenso entre as forças de segurança é em relação à quantidade de feridos na briga dos torcedores. Inicialmente, falava-se em vários feridos. Em seguida, a Polícia Militar emitiu nota oficial, informando que foram seis no total, com base nos atendimentos feitos pelo Siate. Alguns órgãos de imprensa chegaram a cogitar oito feridos, um deles, com fratura exposta após ser atropelado na briga. Os hospitais que os atenderam, inclusive, informaram através de suas assessorias, o estado de saúde de alguns deles.

Mas, na hora da coletiva, a polícia voltou a afirmar que foi somente um pois, segundo o delegado Clóvis Galvão, os outros casos não chegaram ao conhecimento oficial da polícia e da Justiça. Ou seja, as vítimas não procuraram a delegacia para dar queixa das agressões que sofreram. Mas ele não descarta a hipótese de que essas vítimas ainda procurem a Demafe para dar queixa e o número oficial de vítimas aumente.