Pirâmide

Brasileiro é preso nos Estados Unidos com US$ 20 milhões no colchão

Brasileiro é preso nos Estados Unidos com US$ 20 milhões no colchão
Foto: Reprodução

O brasileiro Cléber Rene Rizério Rocha, de 28 anos, preso nos Estados Unidos com cerca de US$ 20 milhões (cerca de R$ 63,5 milhões em valores atuais) escondidos debaixo de seu colchão, se declarou culpado de tentar lavar dinheiro obtido por meio de uma fraude financeira bilionária.

Rocha foi preso em janeiro pela polícia de Massachusetts por ligação com um esquema de pirâmide da empresa TelexFree, que afirmava oferecer serviços de telefonia pela internet no mundo todo, “lesando quase 2 milhões de pessoas e gerando perdas de bilhões de dólares”, segundo o Departamento de Justiça do país.

A TelexFree foi fundada pelo brasileiro Carlos Wanzeler e o norte-americano James Merrill. Este último se declarou culpado em uma audiência em outubro de 2016 e pode ser sentenciado a dez anos de prisão. Wanzeler, segundo documento divulgado pela Corte de Boston, está foragido no Brasil e não pode ser extraditado. Quando pediu falência, em 2014, a TelexFree devia cerca de US$ 5 bilhões aos participantes, mas tinha registrado nos livros US$ 120 milhões.

A Promotoria afirma que Rocha trabalhou como mensageiro para Wanzeler, no esquema fraudulento baseado no Estado de Massachusetts. Wanzeler fugiu para o Brasil pelo Canadá depois que Merrill foi preso, em outubro passado, quando se declarou culpado.

Em junho de 2013, o Ministério da Justiça abriu o processo contra a Telexfree e começou uma investigação. O caso foi tão comentado na época que o termo “TelexFree” ficou em segundo lugar entre os dez mais buscados no Google em 2013. Só perdeu para “BBB 13”. A multa veio no ano seguinte, em 2014, período no qual a empresa resolveu encerrar os negócios.

A TelexFree teria levantado US$ 1 bilhão pelo mundo com falsas promessas de rápido enriquecimento. A empresa vendia o serviço de voz pela internet (Voip), como o Skype ou o Google Talk. Os interessados em fazer negócio podiam se habilitar para serem os divulgadores do sistema, por meio de publicidade pela internet – mas tinham de pagar por essa publicidade. Havia vários tipos de contrato com a empresa, em várias faixas de “investimento”. O divulgador que fechava parceria com a empresa ganhava uma determinada quantia cada vez que conseguia um novo divulgador para os planos. Quanto mais caros os planos de adesão, maior a quantia recebida.