Dores musculares podem evoluir para sérios problemas

Cada vez mais as pessoas se conscientizam da importância de realizar atividades físicas regularmente. As academias oferecem um leque cada vez maior de opções, desde boxe até ioga.

Profissionais preparados acompanham todos os movimentos dos alunos, incentivam a prática de alongamento e ensinam como realizar os movimento corretamente.

Mas existe um esporte de tradição que pode ser praticada em diversos locais. Não é caro. Necessita apenas de uma bola e, muita vezes, independe do número de jogadores. É a tradicional pelada, ou partida amistosa de futebol.

Grupos de amigos se reúnem semanalmente para, além de colocar a conversa em dia, também praticar o esporte. Mas essa ingênua peladinha pode causar problemas graves de saúde. Quem nunca se machucou em uma partida e teve que abandonar a atividade por algumas semanas?

É importante destacar que lesões, que nem sempre são levadas a sério, podem evoluir e causar incapacidade física grave. Como explica o médico ortopedista Emerson Zanoni, especialista em medicina esportiva.

“Todos podem e devem praticar esportes. Mas é preciso dar atenção a algumas lesões. Dores musculares persistentes, mesmo que de leve intensidade, podem ser um aviso de que algum problema mais grave pode estar ocorrendo.

Paulistinha ou estiramento?

Existem basicamente dois tipos de lesões musculares: a chamada direta, contusão muscular. Tem como exemplo clássico a “paulistinha” A outra denominada de indireta.

“É a mais comum. O atleta costuma se referir a ela como uma “fisgada” e pode ter três graus. Grau 1 é o estiramento de uma pequena quantidade de fibras. Grau 2 é um estiramento maior (distensão) e com maior número de fibras. E o Grau 3 é a ruptura muscular”, explica o médico ortopedista Emerson Zanoni.

Problemas relacionados a lesões causadas por atividades físicas podem ser resolvidos com prevenção, que basicamente consiste em realizar aquecimento prévio à atividade física e alongamento, nos membros inferiores e superiores. Mas não podemos prever tombos ou trombadas que acontecem com frequência durante as partidas de futebol, por isso Zanoni sugere repouso.

“A parada da atividade física imediatamente ao sentir a lesão e a crioterapia (aplicação de gelo) logo após o trauma são medidas efetivas muito importantes”, diz o médico ortopedista.

O repouso impede que as fibras continuem a se estirar evitando assim que uma lesão Grau 1, por exemplo, se transforme numa Grau 2. “O gelo causa uma diminuição do calibre dos vasos sanguíneos, diminuindo assim o derrame na região e processo inflamatório. Também diminui as microlesões e causa um alívio da dor, pois o gelo funciona como um ‘anestésico’ nesse momento. Justamente porque faz exatamente processo inverso é que o calor é que não ser deve utilizado nesses casos”, completa Zanoni.