Faltou ritmo

Longe da preparação física e técnica ideal, Coritiba larga no Paranaense com dificuldades

Jogadores do Coxa sentiram o desgaste físico no final e tiveram algumas desatenções, como no gol do adversário. Foto: Marcelo Andrade

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Os times favoritos ao título paranaense têm uma justa explicação para um início de temporada irregular. A sequência de treinos físicos carrega os jogadores, que não estão (e nem poderiam estar) na sua preparação ideal em janeiro. Mas nem só isso resume uma primeira rodada de Campeonato Paranaense. E esse algo mais ajuda a explicar porque o Coritiba empatou em 1×1 com o Prudentópolis neste domingo (21), em sua estreia na Taça Dionísio Filho.

Uma segunda justificativa é válida e faz sentido com o jogo do Couto Pereira – as equipes que não tiveram calendário em todo 2017 começaram a pré-temporada antes e estão em um estágio avançado de preparação. Se o Prude mostrou ainda um desgaste físico (dois jogadores saíram com cãibras), o time do interior estava bem mais organizado que o Coxa. Jogando com duas linhas de marcação, contendo o jogo pelas laterais, impedindo que Kléber e Ruy trabalhassem no primeiro tempo, e na etapa final, quando os donos da casa pressionaram, uma postura defensiva firme à frente da área, fazendo que mesmo passando perigo, o goleiro Adílson não fosse ameaçado.

Mas quando o time falha na marcação como o Coritiba falhou, a explicação da pré-temporada não vale. O gol do Prudentópolis surgiu de uma falha coletiva alviverde. Desde lá do ataque, pois por praticamente toda a etapa inicial o time visitante trabalhou com sossego a sua saída de bola. O veterano Cícero fazia o jogo rodar, enquanto o interminável Safira aproveitava os buracos da marcação coxa. Em outros espaços Fernando Gomes saiu com a bola dominada. Até a perdeu, mas numa bola rebatida ela voltou ao volante, que apenas tocou na saída de Wilson.

E o Coxa? Na primeira etapa, só jogou quando Ruy e Kléber tiveram espaço. Como isso só aconteceu uma vez para cada um, foram duas chances, ambas paradas por Adílson. De resto, um time que sofria para jogar e que depois do gol, que aconteceu aos 22 minutos, teve um apagão, e que como sempre teve em Wilson uma figura salvadora. Principalmente num chute de Safira, quando o camisa 84 se esticou todo para defender. “Faltou jogar”, resumiu Ruy, em entrevista à RPC na saída para o intervalo.

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Quando o jogo recomeçou, foram três minutos de Coxa jogando. Suficientes para empatar. Primeiro Kléber quase fez. Depois ele lançou Guilherme Parede, que dominou e chutou fraco, mas Adílson aceitou. O empate deu a sensação que a virada seria questão de tempo. Mas o time de Sandro Forner seguiu cometendo os erros da primeira etapa. O técnico tentou corrigir, colocando Iago, Alecsandro e Léo Santos, mas a saída de Ruy, mesmo sem que o meia fizesse uma grande partida, deixou o Cori sem criatividade.

Na base da luta dos dois times, um tentando marcar e outro tentando se defender, o jogo foi ficando dramático. Bem arrumado na defesa, o Prude segurou a onda para somar um ponto importante na primeira rodada. Já o Coritiba aí sentiu realmente o desgaste da pré-temporada e não conseguiu sequer ameaçar os visitantes. A torcida gostou do esforço dos jogadores, mas certamente ficou frustrada com o início da temporada 2018. Será preciso evoluir, e ao mesmo tempo conquistar resultados, a partir já da quinta-feira, diante do Rio Branco.