Tensão

Prestes a ser julgado pelo conselho do Atlético, Marcos Malucelli ataca Mário Celso Petraglia

"Ele não gosta de mim porque eu era o presidente e ele queria mandar no clube", detona Marcos Malucelli. Foto: Arquivo
"Ele não gosta de mim porque eu era o presidente e ele queria mandar no clube", detona Marcos Malucelli. Foto: Arquivo

Se alguém acha que a reunião do Conselho Deliberativo do Atlético, marcada para este sábado (27), no CT do Caju, tinha perdido a razão com a decisão do Tribunal de Contas do Estado de impedir que a FUNCAP receba o patrimônio do clube, está bem enganado. Há outros temas quentes na pauta. Um deles é o julgamento do ex-presidente Marcos Malucelli.

É um recurso dele e do ex-diretor Alfredo Ibiapina, que foram expulsos do quadro de sócios do clube ano passado, por uma decisão da Câmara de Ética e Disciplina do “conselhão”, presidido por Mário Celso Petraglia. Irritado, Malucelli diz que sequer foi avisado. “Eu não fui convocado para o julgamento para que eu possa realizar a minha defesa. O Conselho Deliberativo não pode definir nada sem a minha presença”, reclamou.

Malucelli contesta a agilidade da Câmara de Ética e Disciplina do clube. “Engraçado que em 2012 eu fiz uma representação contra o Petraglia sobre a venda do Kléberson em 2003 e até hoje não julgaram. Já o meu caso foi julgado rapidamente”, acusou.

Marcos Malucelli e Mário Celso Petraglia são desafetos declarados. Eleito com o apoio de Petraglia, Malucelli saiu da órbita do cartola ao assumir de fato o clube. Decisões principalmente no departamento de futebol e em relação às obras da Arena para a Copa do Mundo afastaram ainda mais os dois, que passaram a travar uma tensa batalha de bastidores.

Em 2011, quando da campanha eleitoral para a sucessão de Malucelli, Petraglia chegou a divulgar nas redes sociais os salários dos jogadores do Atlético – elenco que acabaria rebaixado para a segunda divisão. Eleito presidente, vencendo o candidato da situação, Petraglia acusou o ex-mandatário de ter prejudicado o clube na negociação de Santiago Garcia, “El Morro”.

No início de 2015, Malucelli e Ibiapina foram penalizados por causa da transação de Garcia, no valor de U$ 3,5 milhões. Segundo a Câmara de Ética, os dois não respeitaram o artigo 78 do Estatuto do Clube, que determina aprovação do Conselho Administrativo para transferências acima de R$ 1 milhão.

“Isso é uma perseguição pessoal do Mario Celso Petraglia”, atirou Marcos Malucelli, que diz não ter aceitado ser “fantoche” do atual presidente do Conselho Deliberativo. “Eu era o presidente e ele queria mandar. Ele queria fazer comigo o que ele está fazendo com esse agora”, afirmou, referindo-se a Luiz Sallim Emed, eleito no ano passado.

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