A evolução das fofocas

A fofoca sobre famosos da TV sempre existiu. O que mudou e segue mudando é como ela acontece, onde o bafo é destilado. Hoje é fácil. Os artistas postam fotos, declarações, tem assessores, gente que fomenta histórias da vida pessoal das nossas celebridades. Muitos desses famosos são responsáveis pela fofoca que parece alheia. Querem exposição na mídia. Entre as décadas de 1970 e 90 o único jeito de saber dessas fofocas todas era comprando revistas semanais.

A Contigo! está aí até hoje. Pouca gente lembra da Semanário. Era uma revista recheada de fofocas – algumas delas bem agressivas. O ponto forte, se é que podemos dizer assim, era atuação do fotógrafo paparazzi. A palavra deriva do italiano para designar repórter fotográfico que segue celebridades. Com um detalhe: sem autorização. No Brasil, um dos mais antigos paparazzi é o carioca Carlos Sadicoff. Ele começou sua carreira de fotógrafo de celebridades em meados da década de 1980, mesma época de surgimento da Semanário.

Logo na primeira edição, em 1987, mostrava na capa uma foto de Vera Fischer dentro do carro de Felipe Camargo. Os dois faziam, na época, a novela das oito da Globo, Mandala. Os papéis eram Édipo e Jocasta, filho e mãe, que se apaixonaram sem saber a ligação parental entre eles. Jocasta teve o filho roubado na maternidade e consegue reencontra-lo 25 anos depois. Na vida real, Vera e Felipe estavam saindo.

Na foto estampada na edição inaugural o então jovem ator Felipe Camargo aparece nervoso e irritado com o registro. Na foto também havia um carimbo escrito “flagra” que acabou virando uma marca da revista que passou a ser temida por artistas, que provocava a curiosidade do público e rendeu alguns processos contra a publicação já extinta.