É isso aí, Diniz?

Pela Sul-Americana, em Rosário, podendo perder por 2×0, o Atlético conseguiu perder para o Newell’s Old Boys, só por 2×1. Mas só os atleticanos, que viram o jogo, estão conscientes do custo. Ao custo da verdade que nenhum time grande, com compromisso com a história e com uma grande torcida, consegue sobreviver a Fernando Diniz.

Se não fosse um custo muito alto sobreviver ao treinador, torna-se um milagre sobreviver com um meio campo de Lucho Gonzalez, Guilherme e Camacho. Os quatro reúnem o que há de mais temeroso no futebol atual: um treinador que especulando o futurismo, alcança a irresponsabilidade; um meia já cansado (Lucho); um meia medíocre (Camacho), amigo do comando, e um meia (Guilherme) com maior defeito de um ser humano, a preguiça.

Concordo: um sistema de mata-mata, é a hipótese concreta do futebol de resultado. Nesse, um simples cálculo aritmético tem a capacidade de passar os limites da lógica e absorver qualquer análise individual ou tática.

Ocorre que essa verdade só serve para time pequeno, despretensioso e sem objetivos de vida em futuro imediato. Teimo em acreditar que seja esse o estágio a que o Furacão foi reduzido. O uso do futebol de resultados é uma manipulação de sentimentos, escondendo-se a verdade seguinte: logo o time, sem futebol, não terá resultados.

É a quarta partida sem vitória do Atlético. Mais grave: jogou pior do que jogara contra o Palmeiras, que fora pior do que contra o Bahia, e bem pior do que fora contra o Grêmio. Dito em resumo: ao invés de crescimento, está em decadência.

Mas, qual o dirigente de comando que esteve ontem em Rosário para avaliar o fracasso? O presidente Sallim, se não chegou, está chegando para passear em Portugal. E o dono Mário Celso Petraglia, na hora do jogo, estava jantando no caríssimo Rubayat, em São Paulo.

Eu respondo: é isso aí, Diniz.

Dinheiro alheio

Em janeiro de 2017, o Atlético adquiriu 40% dos direitos do vínculo desportivo de Felipe Gedoz por 5 milhões de reais. Proporcionalmente, mais caro que Morro Garcia. Nebuloso, em razão do valor e pelo histórico técnico e disciplinar do jogador, os bastidores sempre provocaram controvérsias sobre para quem foi pago o valor do negócio. No Atlético coloca-se na conta de Paulo Autuori a contratação do meia.

Agora, Gedoz, foi emprestado gratuitamente ao Goiás, com o Furacão pagando parte do seu salário. O Goiás está jogando para não ser rebaixado para a 3ª Divisão. Se em Curitiba, com toda a fiscalização do Atlético, Gedoz tinha de conforto fora de campo, imagine em Goiânia, que todo o dia é dia de encontros informais no final da tarde.