Com a Black Friday se aproximando, muitos consumidores se preparam para aproveitar as promoções e renovar eletrodomésticos. O período é realmente propício para substituir aparelhos antigos, mas também pede atenção: entender o que se está comprando é essencial para evitar surpresas na conta de energia. Equipamentos de alta potência ou de uso contínuo podem elevar significativamente o gasto mensal se a escolha não levar em conta a eficiência e o modo de uso, fatores que fazem toda a diferença no longo prazo.
Levantamento da LUZ, plataforma inteligente que coloca o consumidor no controle do seu consumo de energia, mostra quanto cada equipamento pesa na conta de luz. Em uma residência com conta média de R$ 300, o chuveiro elétrico representa cerca de 41% do consumo, o equivalente a R$ 122,93 por mês; o ar-condicionado, 32% (R$ 96,87); a geladeira, 22% (R$ 67,05); e a máquina de lavar roupas, 11% (R$ 33,53). Os dados são baseados no monitoramento em tempo real feito pelo app da empresa e refletem o uso médio diário dos equipamentos em uma residência-padrão.
“Ter essa visibilidade ajuda não só a entender onde estão os principais desperdícios, mas também a adquirir novos equipamentos de forma mais consciente, considerando o impacto do uso e o custo de operação ao longo do tempo”, explica Alfredo Silva, sócio-fundador e diretor de tecnologia da LUZ.
Segundo o especialista, o consumo de energia é resultado de um conjunto de fatores, não apenas da potência do aparelho, mas também da eficiência do modelo e da forma de uso. “Essas variáveis explicam por que dois lares com os mesmos equipamentos podem ter contas tão diferentes. Ajustar a temperatura do ar-condicionado, escolher produtos com selo de eficiência e evitar o uso simultâneo de aparelhos de alta potência são atitudes simples que reduzem o impacto da fatura sem abrir mão do conforto”, analisa Silva.
Na prática, esses números variam conforme a idade, o modelo e o uso do aparelho. Uma geladeira antiga, por exemplo, pode gastar quase o dobro de um modelo atual com selo de eficiência e compressor “Inverter”. O mesmo vale para máquinas de lavar roupas e ar-condicionados, que evoluíram e hoje contam com sensores, conectividade Wi-Fi e inteligência artificial para ajustar automaticamente temperatura, ciclos e tempo de operação. Geladeiras que calculam o próprio consumo, máquinas que dosam sabão e água conforme o volume de roupas e aparelhos que desligam sozinhos ao detectar ausência no ambiente são exemplos de como a tecnologia tem ajudado a evitar desperdícios, porém, desde que o consumidor saiba configurar e usar essas funções corretamente.
Para o diretor de Tecnologia da LUZ, o avanço tecnológico e o uso consciente de energia caminham juntos e esse equilíbrio deve ser o foco do consumidor daqui em diante. “A tecnologia dos eletrodomésticos evoluiu muito. Hoje, praticamente todos contam com algum tipo de inteligência embarcada, mas o verdadeiro salto vem quando essa inteligência se conecta ao uso real das pessoas. É isso que a LUZ faz: transforma dados de consumo em conhecimento. Assim, conseguimos entender o impacto de cada equipamento e ajudar o consumidor a tomar decisões mais conscientes, equilibrando conforto e eficiência”, conclui.
Guia prático: como comprar sem “pesar” na conta de energia elétrica
- Selo Procel e classe “A”
Prefira modelos com classe “A” de eficiência. Eles podem consumir até 40% menos energia que os de classes inferiores.
- Compare o consumo anual (kWh/ano)
Na etiqueta de eficiência, observe o kWh/ano, quanto menor, menor o gasto. Duas geladeiras “A” podem ter consumos bem diferentes.
- Ative os recursos inteligentes
Sensores e modos automáticos só geram economia quando estão configurados. Muitos consumidores, no entanto, nunca ativam essas funções.
- Tamanho certo para o ambiente
Equipamentos superdimensionados gastam mais sem entregar benefício. Em quartos pequenos, 9.000 BTUs de ar-condicionado costumam bastar.
- Busque a tecnologia “Inverter”
Em aparelhos como geladeiras e ar-condicionados, o sistema “Inverter” ajusta a velocidade do motor e evita picos de consumo, garantindo mais eficiência.
- Troque os aparelhos muito antigos
Equipamentos com mais de dez anos podem consumir até o dobro dos modelos atuais, segundo o Inmetro e a EPE.



