Entrevista especial

“Show do Século” reúne estrelas do sertanejo neste sábado em Curitiba

Show Histórias reúne estrelas do sertanejo no palco da Arena da Baixada, em Curitiba, neste sábado. Foto: Divulgação

Apesar de ter recebido shows de vários estilos nos últimos anos, a Arena da Baixada levará neste sábado o carimbo de “Templo do Sertanejo” de Curitiba. O show “Histórias – O Show do Século” promete ser memorável, a partir das 14h deste sábado (1°/11), sobem ao palco Chitãozinho & Xororó, Leonardo, Zezé Di Camargo & Luciano, Victor e Leo e César Menotti e Fabiano.

O estádio do Athletico Paranaense não estará lotado apenas de fãs – que esgotaram praticamente todos os setores – mas também de hits que viraram clássicos da verdadeira música popular brasileira.

A Arena, aliás, virou a casa de algumas dessas estrelas nos últimos anos, já que vários dos projetos encabeçados, por exemplo, por Chitãozinho e Xororó e Zezé Di Camargo & Luciano passaram por ali, como o Amigos, em 2023, e o projeto “80 a Festa”, em 2022.

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“Curitiba é uma cidade muito musical, muito aberta à arte. Desde os nossos primeiros shows, sempre fomos recebidos com muito carinho e percebemos o quanto o público paranaense é exigente e apaixonado por boa música, independente do gênero. Já vivemos momentos marcantes aqui, e é bonito ver como o sertanejo também faz parte do DNA cultural da cidade. O público de Curitiba tem uma energia única, e isso inspira a gente a se entregar de corpo e alma em cada apresentação”, afirmou Chitãozinho.

Quem é fã dos irmãos paranaenses pode ficar descansado, já que para esta apresentação Xororó promete novidades. “O ‘Histórias’ é uma grande celebração, uma oportunidade de revisitar nossa trajetória de um jeito novo. O repertório tem os clássicos que o público quer cantar com a gente, claro, mas também traz surpresas – arranjos inéditos, novas texturas e uma parte visual totalmente repaginada. Cada música ganhou uma nova energia. É um espetáculo que conversa com o passado e o presente ao mesmo tempo”, disse em entrevista exclusiva à Tribuna.

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O que não falta no repertório de Chitãozinho & Xororó são clássicos e boas histórias. “A música sertaneja sempre foi feita de histórias de amor, de saudade, de vida simples. E é bonito ver o quanto essas canções ainda emocionam as pessoas”, contou Chitãozinho, que lembrou a importância de se construir uma história sólida na arte de cantar. “Acredito que nosso legado seja ter levado o sertanejo para todo o Brasil e ver que ele continua crescendo, forte e verdadeiro”.

Irmãos Chitãozinho e Xororó são referências na música brasileira. Foto: Divulgação

Legado e inspiração

E uma das duplas responsáveis diretas por assumir essa missão foram os irmãos Menotti. Os “caçulas” do show deste sábado, eles explodiram em 2002 cantando alguns dos maiores clássicos do sertanejo, em versões vibrantes, com a potência vocal de Fabiano.

“O Fabiano é um cantor de alma. Ele tem uma potência incrível e canta com verdade, com entrega, com sentimento. É bonito ver como ele e o César mantêm viva a essência do sertanejo, mas com uma linguagem moderna, que conversa com o público de hoje. Eles têm carisma, técnica e muito amor pelo que fazem e isso transparece. Eu me identifico com isso, porque acredito que cantar é emoção, é viver a música por inteiro”, disse Xororó.

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Fabiano reafirma a importância de Xororó para a música brasileira. “O Xororó é uma referência para qualquer cantor sertanejo. É técnica, é entrega, é respeito pela música. Sempre ouvimos ele e o Chitãozinho, tentando entender como ele fazia aquelas notas (risos)”, diverte-se o primeira voz dos Menotti. O cantor falou sobre a ansiedade em dividir o palco com ídolos do sertanejo. “Rapaz, se um dia a gente subir no palco sem sentir aquele frio na barriga, é porque alguma coisa está errada!”.

O irmão, César Menotti, acredita que a ansiedade usada com técnica serve para encantar o público. “A ansiedade é parte boa da história. É ela que mostra que a gente ainda ama o que faz. A gente ora antes de entrar no palco, pede a Deus para usar a nossa voz para levar alegria e boas lembranças para as pessoas. E quando o público canta junto, pronto… toda ansiedade vira emoção”.

Xororó assina embaixo e diz que é impossível não sentir o nervosismo antes de uma apresentação como essa. Para ele, é um bom sinal continuar sentindo isso. “O dia em que ela passar, a gente perde o encanto. Antes de subir no palco, o coração ainda bate forte, as mãos suam um pouco – e é maravilhoso sentir isso depois de tantos anos de estrada. Mostra que seguimos com o mesmo respeito e emoção de quando começamos. E estar ao lado de tantos amigos e artistas que fizeram história com a gente só aumenta essa energia”.

César Menotti e Fabiano, de fãs a ídolos. Foto: Divulgação

Técnica apurada pro equilíbrio da canção

Xororó e Fabiano são sempre lembrados como as vozes mais marcantes de suas duplas, mas eles certamente não existiriam como “time” sem o apoio essencial dos parceiros, os “segundeiros”. Fazer uma segunda voz bem feita é uma arte que muitas vezes não recebe o reconhecimento merecido.

“A segunda voz dá estrutura, sustenta a emoção e faz a melodia principal brilhar. É um papel que exige sintonia, escuta e muita generosidade. O público está sempre atento, percebe tudo o que a gente faz no palco — por isso o trabalho tem que ser muito bem feito, com capricho e entrega. No caso da nossa dupla, eu e o Xororó sempre tivemos essa parceria muito afinada, e acredito que é isso que faz a gente soar como um só”, contou Chitãozinho.

“O pessoal às vezes não tem noção do quanto a segunda voz é fundamental. Ela é o alicerce da melodia. O Chitãozinho é um mestre nisso. A segunda voz dá o corpo, o encaixe. É o que transforma uma canção em dupla. É aquele equilíbrio bonito. E, no sertanejo, essa harmonia é sagrada”, disse César Menotti!

Pedido de fã

Perguntamos para Xororó qual música do seu repertório ele gostaria de ver cantada por César Menotti e Fabiano no palco da Arena. “Eu adoraria ouvir ‘Página de Amigos’. É uma música forte, que fala de desilusão, de um amor que termina, mas deixa marcas profundas. Eles têm essa entrega, essa forma intensa de interpretar, e acho que conseguiriam trazer ainda mais verdade para a letra. É o tipo de canção que, quando bem cantada, faz o público sentir cada palavra, e nisso eles são muito bons”.

Fabiano foi bem “ensaboado” quando lhe repeti a pergunta, numa válida tentativa de respeitar o repertório recheado de hits dos irmãos paranaenses. “Nós temos rodado o Brasil inteiro com esse show e fica impossível escolher uma música só para ouvir grandes ídolos cantando. Estar ao lado deles, dos nossos fãs e amigos, é o que vale”!

Lembrando que os artistas se apresentam separadamente no palco da Arena da Baixada.

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