Desde 2014, graças a uma movimentação da Associação Brasileira de Psiquiatria, o mês de setembro passou a ser um mês de luta pela saúde mental dos brasileiros. O Setembro Amarelo marca a campanha de conscientização e prevenção ao suicídio (dia 10 deste mês é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio). Muitas vezes quem mais precisa de ajuda está bem ao nosso lado, mas não percebemos.
O suicídio é uma questão de saúde pública global com consequências profundas e generalizadas. A cada ano, mais vidas são perdidas por suicídio do que pela soma de mortes por HIV, malária, câncer de mama, guerras e homicídios, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
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Entre jovens de 15 a 29 anos, o suicídio ocupa a quarta posição entre as causas de morte, ficando atrás apenas de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Esse é um fenômeno complexo que afeta pessoas de todas as idades, gêneros, culturas e classes sociais.
Dados da Secretaria de Vigilância em Saúde, divulgados pelo Ministério da Saúde em setembro de 2022, revelam um aumento preocupante nas taxas de mortalidade por suicídio no Brasil. Entre 2016 e 2021, houve um salto de 49,3% entre adolescentes de 15 a 19 anos, atingindo 6,6 a cada 100 mil. Na faixa de 10 a 14 anos, o aumento foi de 45%, com uma taxa de 1,33 por 100 mil.
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As taxas de suicídio variam significativamente entre diferentes populações. No Brasil, por exemplo, a taxa de mortalidade por suicídio é de 12,6 por 100 mil homens, em contraste com 5,4 por 100 mil mulheres. Globalmente, as taxas de suicídio em homens são mais elevadas em países de alta renda (16,6 por 100 mil), enquanto em mulheres, as maiores taxas são observadas em países de baixa a média renda (7,1 por 100 mil).
Campanha de conscientização
O Setembro Amarelo nos lembra da importância de cuidar da nossa saúde mental e de estar atentos aos sinais de sofrimento em nós mesmos e nas pessoas ao nosso redor. A depressão é uma doença séria, que afeta milhões de pessoas e pode ter consequências graves se não for tratada. A boa notícia é que ela é tratável, e o primeiro passo para o tratamento é a identificação.
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A depressão é mais do que apenas um sentimento de tristeza passageiro. É um distúrbio complexo que afeta o cérebro, o corpo e o comportamento. Reconhecer os sinais de alerta pode fazer toda a diferença, permitindo que a pessoa procure ajuda profissional e inicie o tratamento o mais rápido possível.
7 Sinais de ALERTA para identificar a depressão
A seguir, listamos 7 sinais de alerta, reconhecidos pela ciência, para ajudar a identificar uma pessoa que pode estar sofrendo de depressão:
- Humor deprimido persistente: A pessoa apresenta um sentimento de tristeza, vazio ou desesperança na maior parte do dia, quase todos os dias. Essa tristeza não é passageira e pode ser acompanhada de choro frequente.
- Perda de interesse ou prazer: Há uma diminuição significativa do interesse ou prazer em quase todas as atividades que antes eram consideradas prazerosas. Isso pode incluir hobbies, esportes e até mesmo a interação social.
- Alterações significativas no peso ou apetite: A pessoa pode ter uma perda ou ganho de peso considerável sem estar de dieta, ou uma diminuição ou aumento no apetite quase todos os dias.
- Distúrbios do sono: A pessoa pode ter insônia (dificuldade para dormir) ou hipersonia (dormir demais) na maior parte dos dias.
- Fadiga e perda de energia: A sensação de cansaço ou falta de energia é quase constante, mesmo sem ter realizado atividades extenuantes. A pessoa pode sentir que as tarefas mais simples exigem um esforço imenso.
- Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva: Pensamentos persistentes de que não se é bom o suficiente, acompanhados de sentimentos de culpa desproporcionais, são comuns. A pessoa pode se culpar por situações que não estão sob seu controle.
- Dificuldade de concentração: Há uma diminuição na capacidade de pensar, de se concentrar ou de tomar decisões, presente quase todos os dias. Isso pode afetar o desempenho no trabalho ou nos estudos.
É importante ressaltar que a presença de um ou dois desses sinais não é suficiente para um diagnóstico. No entanto, se a pessoa apresenta vários desses sintomas por um período de pelo menos duas semanas, é fundamental procurar a orientação de um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra. O diagnóstico e o tratamento adequados são essenciais para a recuperação.
