Saúde da pele

Maioria dos brasileiros usa protetor solar de maneira errada

Foto: Pixabay.

Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Dermatologia, feita antes da pandemia da Covid-19, constatou que apenas 23% dos brasileiros usam o protetor solar da maneira recomendada pelos médicos. E pelo menos seis milhões de pessoas não usam nada quando se expõem ao sol. O estudo mostra que a população até possui consciência da proteção, mas precisa aprender a fazê-la da forma correta.

Conforme explica a professora Lucilei Gomes, que é fisioterapeuta dermatofuncional e coordenadora adjunta do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Integrado de Campo Mourão, as pessoas em geral aplicam o protetor solar quando já estão na praia, expostas ao sol. Mas o problema é que a transpiração excessiva e a entrada na água em seguida à aplicação reduzem o efeito protetor.

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“O produto necessita de 30 minutos para penetrar na pele e formar uma barreira química. Por isso, é fundamental espalhar o filtro solar no corpo e rosto meia hora antes de ir à praia ou à piscina”, adverte.

Cápsulas de fotoproteção são novidade na proteção da pele

Além do protetor solar em loção, há outra forma eficaz de resguardar a pele. Trata-se das cápsulas de fotoproteção, com a substância Polypodium leucotomos, para ingerir. Conforme a professora afirma, elas podem ser manipuladas ou adquiridas prontas nas farmácias, na concentração de 250 mg. Como é algo recente, ainda há poucas marcas disponíveis.

“Elas agem dentro do corpo ativando os melanócitos, que são as células geradoras de proteção contra os raios UVA e UVB, causadores do câncer de pele. Qualquer pessoa pode consumir, mas é especialmente indicado para quem tem melasma, que é o surgimento de manchas escuras na pele. O produto começa a ter efeito protetor após 10 ou 15 dias. O ideal é buscar orientação de um profissional de saúde e começar a tomá-lo dois ou três meses antes de ir à praia”, enfatiza Lucilei.

Dessa forma, segundo a fisioterapeuta, não será preciso aplicar na pele o protetor antes de se expor ao sol, pois a cápsula tem a mesma eficácia.

Entretanto, é importante lembrar que não há nenhuma proteção que aguente uma exposição ao sol entre 10 horas e 16 horas. “Esses horários devem ser totalmente evitados. Além do suor excessivo, que elimina água do corpo, o sol é muito quente e a pele não suporta a alta temperatura sem danos”, aconselha a profissional.

Hidratante não é só para ‘hidratar’

Outra dica que a professora repassa é sobre o uso dos hidratantes corporais e faciais. No verão, a função do produto vai muito além de manter a pele bonita e cheirosa. Ela explica que a camada formada pelo hidratante ajuda a reter água dentro das células.

“O corpo foi feito para funcionar a 36,8ºC. Qualquer temperatura acima disso faz os tecidos reagirem. As células podem ressecar, romper, perder água e morrer. Por isso, o cosmético é tão importante, pois a manutenção da água dentro das células não só ajuda a manter a pele saudável, mas auxilia na manutenção da temperatura corporal. Por fim, vale lembrar de que é fundamental beber muita água regularmente”, orienta.

Esfoliação e peeling x bronzeado bonito

A esfoliação da pele ajuda a manter um bronzeado mais bonito e duradouro. Mas a professora reforça que cuidados são importantes para que as pessoas não acabem no consultório dermatológico com ferimentos, infecções, manchas e queimaduras na pele.

De acordo com Lucilei, a esfoliação deve ser feita de cinco a sete dias antes da exposição ao sol na praia ou piscina. Isso porque os esfoliantes são abrasivos, ou seja, causam micro lesões na pele que são suficientes para a entrada de alguma bactéria ou para causar queimaduras por sol.

“Se o paciente tomar sol, não há células para defender o tecido. As queimaduras, as bolhas e a hiperpigmentação de manchas já existentes podem surgir. Quem possui manchas no rosto, mesmo sem ter feito peeling, não pode abrir mão da proteção solar, com no mínimo FPS 30”, enfatiza.

A mesma orientação é válida para o peeling, que é a esfoliação facial com o objetivo de reduzir manchas, retirar imperfeições e impurezas. Seja químico ou mecânico (abrasivo), o tratamento remove a primeira camada da pele.

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