Um pai de família morreu tentando defender a esposa e os filhos de assaltantes na madrugada desta quinta-feira (1.º), em São José dos Pinhais. O representante comercial Julio Cezar Breda Carlin, 48 anos, se mudou com a família para a residência, que fica na Rua Renato Leandro de Souza, no bairro Afonso Pena, há menos de um mês. Os móveis ainda eram improvisados e muitos pertences estavam encaixotados.
Pouco depois das 2h, três assaltantes invadiram o terreno e tentaram arrombar as janelas. A esposa de Julio, que dormia no quarto, conseguiu trancar a janela rapidamente. Enquanto isso, outro assaltante, vestindo agasalho do Clube Atlético Paranaense, entrou pelo quarto do filho do casal, o ameaçou com uma arma e mandou que ele não falasse nada.
A mãe, entretanto, percebeu que a casa havia sido invadida e gritou que um assaltante estava no local. Julio, que tinha retornado de uma partida de futebol e estava deitado no sofá da sala, levantou-se para ver o que estava acontecendo e deparou-se com o ladrão no corredor.
Os dois entraram em luta corporal e o assaltante efetuou dois disparos contra a vítima. Julio morreu na hora, atingido no peito e na cabeça. Os projéteis ficaram alojados no corpo. O ladrão fugiu antes que os comparsas conseguissem entrar na residência. Eles efetuaram outro disparo na direção da casa vizinha e saíram correndo, sem levar nada.
O delegado Gil Tesseroli, titular da delegacia de São José dos Pinhais, solicitou à equipe de plantão que acompanhasse o trabalho do Instituto de Identificação na busca por digitais na janela que foi arrombada. Os investigadores aguardam o laudo para confirmar qual foi o calibre da arma utilizada no crime.
A mesma residência foi furtada no dia 11 de julho. A porta foi arrombada e os ladrões levaram uma centrífuga e um colchão. Outro furto teria ocorrido semanas depois, mas a família não registrou novo boletim de ocorrência.
Atropelado
Um homem com vestes semelhantes às do assaltante que matou Júlio, e mesma faixa etária, morreu atropelado no quilômetro 85 da BR-116, o Contorno Leste, em Piraquara, horas depois.
O superintendente Clóvis Pinheiro solicitou a blusa da vítima ao Instituto Médico Legal para verificar se a roupa era reconhecida pela família de Júlio, o que não aconteceu, e o envolvimento do atropelado no crime foi descartado.