Superquadrilha em cana!

Quarenta e sete pessoas presas, uma menor apreendida, 25 quilos de maconha recolhidos, bem como centenas de pedras de crack e 22 veículos. Este foi o resultado da maior operação realizada pela Polícia Civil no Paraná, que desmantelou uma quadrilha organizada, especializada no tráfico de maconha e crack. Ontem a polícia começou a ouvir os presos. ?A partir destes interrogatórios, nós iremos pedir a prisão de outras pessoas. Ainda faltam cumprir cinco mandados de prisão?, contou o delegado Agenor Salgado, titular da delegacia de União da Vitória. ?Vamos pedir a quebra do sigilo fiscal e bancário de todos os envolvidos?, salientou o delegado Osmar Dechiche, chefe da Divisão de Narcóticos (Dinarc), que coordenou a operação.

Investigações

Salgado disse que quando assumiu a delegacia, no início do ano, havia comentários na cidade de que Edelson Pires do Prado, conhecido como ?Negão?, ?Escurinho? ou ?Esposo?, era o chefão do tráfico de drogas na região. ?A polícia já tinha tentado colocá-lo atrás das grades, mas nunca conseguiu. Então, ele virou uma lenda de cidade de interior?, contou o delegado, que há três meses resolveu aprofundar as investigações em torno de Edelson e os trabalhos começaram a fluir. O delegado pediu ajuda à Divisão de Narcóticos (Dinarc) e ao Serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública. O delegado Osmar Dechiche, chefe da Dinarc, coordenou toda a operação, já que além de União da Vitória, havia integrantes da quadrilha em Foz do Iguaçu, Cascavel, Curitiba, General Carneiro, Cruz Machado, Rio Azul e Porto União, em Santa Catarina.

Escutas

Durante três meses, os policiais fizeram escutas telefônicas e identificaram as pessoas ligadas ao grupo, que tinha sua base em União da Vitória. Edelson é apontado como líder e José Carlos Ferreira, o ?Caio?, o seu ?braço direito?. Era ?Caio? quem costumava cobrar as dívidas e ameaçar os devedores. ?União da Vitória e Porto União (SC) são cidades universitárias, que favorecem o tráfico?, comentou Salgado.

?A quadrilha funcionava como uma empresa, bem organizada com horário de funcionamento das 18h às 6h?, contou o policial. De acordo com as investigações, a mulher de ?Caio?, Edite Walczak, era responsável pelas finanças do tráfico. Já a amásia de Edelson, uma garota de 17 anos, tinha como função a contabilidade.

Ainda de acordo com as investigações, a maconha comercializada pela quadrilha era proveniente do Paraguai e entrava no Brasil por Foz do Iguaçu, sob o controle de John Michel Cardoso Lopes, conhecido como ?Jhon Maycon?, que está recolhido na Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu. Depois passava por Cascavel, onde as responsáveis eram a mãe de John, Valdeli Cristina de Oliveira, conhecida como ?Val? e Carmem Lúcia Gonçalves Alves (amásia de John). Em Curitiba, Rita e Elvis, que ainda estão foragidos, eram os fornecedores de crack para o grupo. O nome completo não foi divulgado para não atrapalhar as investigações.

Assim que a droga chegava em União da Vitória, Edelson fazia a distribuição através de Caio. Em Cruz Machado, ?Botinha? e Mário, que ainda não foram capturados, eram responsáveis pelo recebimento; em Rio Azul, Valdecir Albuquerque, conhecido como ?Coca? ou ?Moleque encapetado; e em Porto União, Edite e Tomé (foragido).

Salgado contou ainda que o grupo tinha o monopólio da droga em União da Vitória, não deixando outros traficantes entrarem no ?mercado?.

Advogado também é preso

Durante a operação também foi preso o advogado João Carlos Coas Júnior. De acordo com o delegado Agenor Salgado, Coas Júnior costumava receber em honorários grandes quantidades de drogas. ?Além de usuário, ele também revendia a droga na cidade?, comentou Salgado, que não descarta a ligação de outros advogados com o grupo. ?Estamos investigando outras pessoas. Nos próximos dias poderemos ter novidades?, adiantou.

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