Seqüencia de crimes assusta Oeste do Paraná

Uma seqüência de crimes cometidos por dois jovens assustou a tranqüila Marechal Cândido Rondon, Sudoeste do Estado. Em questão de minutos, um garoto de 19 anos e um adolescente de 17 mataram o irmão e balearam a cunhada de um deles e assassinaram um taxista por divergência no pagamento da corrida. Depois de descobertos e perseguidos pela polícia, abandonaram o táxi e foram detidos num matagal em Ponta Grossa.

Ademar Kistemmacher, 19 anos, confessou ter matado a tiros o irmão Adelar, 29. A intriga entre ambos começou dias atrás, quando o detido saiu com a cunhada Jussara Beatriz Erik Kistemmacher, 31 anos, para fazer um lanche. Adelar ficou furioso e imaginou que pudesse estar havendo um romance entre a esposa e o irmão.

No domingo, perto das 20h30, Ademar esteve na casa do irmão e foi aconselhado por Jussara a sair, pois Adelar queria pegá-lo pelo ciúme. “Houve um entrevero e Ademar sacou o revólver que tinha trazido e atirou cerca de três vezes na direção do irmão mais velho. Um dos tiros acertou a boca de Adelar, que morreu na hora. O outro foi na perna de Jussara”, relatou o policial Bernardo Kirian Neto, superintendente da 13.ª Subdivisão Policial, em Ponta Grossa.

Depois do crime, Ademar apanhou o amigo C., 17 anos, e chamou um táxi. Ambos embarcaram no Corsa Classic 2002 branco, placa AKJ-8920, de Marechal Cândido Rondon, dirigido por Odemar Besso, 59 anos. Os amigos solicitaram uma corrida até o bairro Primavera, em Rondon, que custou oito reais. Ademar e o menor só tinham R$ 5, e houve uma discussão com o motorista. “Segundo Ademar, o menor pegou o mesmo revólver usado anteriormente e deu quatro tiros no taxista”, disse Kirian. Odemar morreu na hora e seu corpo foi jogado na rua e o táxi foi usado para a fuga da dupla.

Prisão

Os fugitivos cruzaram o Estado durante a madrugada e na manhã de segunda-feira pararam num posto de combustíveis na BR-376, entre Londrina e Ponta Grossa. Pagaram a conta com um cheque de Odemar, cujos documentos já haviam sido bloqueados. O dono do estabelecimento avisou a polícia de Ponta Grossa, que logo descobriu que o carro era do taxista assassinado na noite anterior. Uma operação conjunta entre as polícias Civil, Militar e Rodoviária foi montada para capturar os acusados.

Perto das 11h, uma informação denunciou que o Corsa, ocupado por dois rapazes loiros, havia cruzado o posto de pedágio Imbaú, na BR-376, em direção a Ponta Grossa. Uma viatura do posto da PRE em Furnas localizou o carro no quilômetro 475 da rodovia, às 11h30, e começou a persegui-lo. Cinco quilômetros adiante, Ademar e o comparsa pararam o carro junto à porteira de uma chácara, à margem da rodovia, e prosseguiram a fuga a pé. O Corsa foi recolhido, ainda com os documentos da vítima no interior.

Equipes da Rone, Grupo Águia, 1.º Batalhão da PM e Polícia Civil caçaram por três horas os fugitivos, até encontrá-los no meio do mato, às 14h25. Em poder deles foi apreendido o revólver calibre 22 que teria sido usado nos assassinatos. Ambos foram autuados em flagrante na 13.ª Subdivisão Policial. Segundo o superintendente, ambos não tinham passagem pela polícia. “Fizeram uma loucura”, comentou Kirian. Eles devem ser transferidos ainda hoje para Marechal Cândido Rondon, onde permanecerão presos.

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