Saldo trágico na procissão em Beltrão

Duas pessoas morreram e 18 ficaram feridas depois de serem atropeladas enquanto seguiam uma procissão, na noite do último sábado, em Francisco Beltrão. O caminhoneiro Dirceu Luciano, 35 anos, atingiu as pessoas por trás. Ele trafegava em alta velocidade pela Rua Santo Onofre, no bairro da Cango, que é estreita e em declive.

Na delegacia, ele confessou que andava a 70 km/h, em média, e disse que havia bebido duas latas de cerveja antes de dirigir. Cerca de 300 pessoas seguiam a procissão organizada pela Paróquia Cristo Rei, em homenagem a Nossa Senhora de Fátima.

Ontem, nove pessoas continuavam internadas na Policlínica São Vicente de Paulo, para onde foram levados os feridos. Todas apresentavam quadro estável e não havia ninguém internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A freira Maria Raquel de Souza, 38 anos, morreu na hora e o aposentado Valmir Marchiori, 66 anos, faleceu a caminho do hospital. Marchiori foi sepultado no domingo e o corpo da freira seguiu para o Rio de Janeiro, onde vivem os familiares da religiosa. Ela trabalhava em Francisco Beltrão desde 2003.

Luciano foi liberado após pagar fiança de R$ 2 mil. Ele informou que estava com pressa e passou no sinal amarelo. Em seguida, diminuiu a velocidade por causa de uma lombada e voltou a acelerar. Como era uma descida e estava escuro, Luciano disse que teve dificuldade para enxergar as pessoas e os freios falharam quando ele tentou evitar o acidente. No entanto, os policiais que atenderam a ocorrência disseram que não havia marca de frenagem no asfalto. Não foi solicitado apoio da Polícia Militar para acompanhar os fiéis e não havia qualquer sinalização indicando o acontecimento da procissão.

De acordo com o delegado Ivonei Oscar da Silva, o condutor se recusou a fazer o teste do bafômetro. ?Posteriormente, ele aceitou fazer exame de sangue e urina. O material já foi enviado ao Instituto Médico-Legal, em Curitiba, e deve ficar pronto em uma semana?, explicou Silva. O Passat que Luciano dirigia foi levado para o Instituto de Criminalística de Cascavel para análise.

O motorista foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) e lesões corporais. Caso seja condenado, ele pode pegar até quatro anos de prisão.

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