Rebelião termina em morte em educandário de Piraquara

Rebelião no Educandário São Francisco, em Piraquara, resultou na morte de um dos internos. Júnior César Silva, 17 anos, foi assassinado com golpes de ferro na cabeça e estocadas na barriga. De acordo com a direção do Educandário, o motim começou às 21h30 de segunda-feira e terminou às 3h30 da madrugada de ontem.

A diretora do Educandário, Solimar de Gouveia, informou que o motim começou quando os educadores foram recolher alguns menores no ?seguro? (onde ficam recolhidos os adolescentes de maior periculosidade), quando um dos funcionários foi atacado pelos adolescentes, armados com estoques. ?Eles só ameaçaram o educador com estoque, mas o agrediram?, contou Solimar.

No início, eram somente 17 menores, entre eles, Júnior, que se espalharam pelo restante da Ala B, aumentando para 79 o número de rebelados, dando início ao motim. Os rebelados atearam fogo nos colchões e destruíram todo o alojamento da Ala B. ?O garoto que foi morto pelos colegas era um dos que estavam recolhidos no seguro e que liderava a rebelião. Só que ele se misturou com o restante dos adolescentes que estavam recolhidos na Ala B, onde tinha inimigos?, contou a diretora.

Segundo nota oficial do IASP (Instituto de Ação Social do Paraná), que coordena os educandários, Júnior estava internado pela terceira vez e não tinha vínculos familiares.

A mãe do adolescente já faleceu e seu pai é desconhecido. Seus únicos contatos são com uma avó distante e sua namorada. Júnior estava em um alojamento diferenciado por ter sido ameaçado.

Negociação

Homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar foram chamados para conter a rebelião e negociar com os adolescentes. Sem saber o que queriam e sem uma liderança definida, os menores aproveitaram o motim para reivindicar transferências e, até mesmo, a entrada de cigarros. Depois de três horas de rebelião, os menores aceitaram negociar e pediram a presença da Promotora da Vara de Infância e da Juventude, do Conselho Tutelar e da imprensa.

O delegado Hertel Rehbein informou que irá ouvir os 78 adolescentes que estavam recolhidos na Ala B para apurar quem foram os autores da morte de Júnior e os danos materiais causados no Educandário.

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