Promotoria propõe denúncia contra seis por morte de casal

A Promotoria de Justiça de Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, apresentou nesta segunda-feira (11), denúncia criminal por duplo homicídio qualificado contra seis pessoas pela morte de Bernardo Dayrell Pedroso e Renata Waechter Ferreira. O casal foi morto no dia 20 de abril, em razão de uma suposta disputa de poder envolvendo grupos que pregam o neonazismo no país. Foram denunciados pelo Ministério Público Rodrigo Motta, Gustavo Wendler, Rosana Almeida de Oliveira, Ricardo Barollo, Jairo Maciel Fischer e João Guilherme Correa. A ação penal é assinada pelo Promotor de Justiça Octacílio Sacerdote Filho, responsável pela Comarca.

Na denúncia, elaborada a partir de investigações da Polícia Civil, o MP-PR relata que Barollo teria contratado Fischer para matar Pedroso, que seria um “rival” dentro do meio neonazista brasileiro. Barollo teria solicitado também o apoio de Motta, Wendler, Correa e Rosana para a realização do crime. O grupo teria combinado a execução de Pedroso para o dia 20 de abril, após um churrasco em que se “comemoraria” os 120 anos de nascimento de Adolf Hitler. O rapaz foi executado na companhia da namorada, Renata, a tiros. Terminado o “serviço”, os denunciados ligaram para Barollo, que vive em São Paulo, para comunicar que a missão “havia sido cumprida”.

Ainda segundo a ação penal, o casal foi atraído para a emboscada pela denunciada Rosana, que seria amiga de Renata e teria pedido uma carona para deixar a festa por “estar se sentindo mal”. Os dois levaram a denunciada para casa, deram uma carona para o denunciado Wendler e seguiram de volta para a “festa” – sendo seguidos de perto pelos denunciados Motta, Correa e Fischer. Na altura do km 6 da BR-116, nos limites do município de Quatro Barras, Wendler convenceu o casal a parar por no acostamento. Nesse ponto, o veículo dos denunciados parou em frente ao carro das vítimas. Os dois foram obrigados a descer e foram mortos com tiros na cabeça, disparados por Correa e Fischer.

Na denúncia, o MP-PR resume

“Conforme se apurou ao longo das investigações, os denunciados Rodrigo Motta, Gustavo Wendeler, Rosana Almeida de Olivera, Jairo Maciel Fischer e João Guilherme Correa, atendendo ordem emanada do denunciado Ricardo Barollo, previamente combinados e um anuindo à vontade dos outros, agindo com dolo (intenção homicida), arquitetaram um plano para ceifar a vida das vítimas Bernardo Dayrell Pedroso e Renata Waechter Ferreira, as quais foram induzidas a deixar a festa pela denunciada Renata e levados para as margens da BR 116, onde foram executadas, sem nenhuma chance de reação, já que foram surpreendidas pela ação dos denunciados. Restou comprovado, ainda, que o crime ocorreu por disputa de comando de um movimento Neonazista, ou seja, o motivo do crime foi torpe.”