Presos seis policiais por extorsão em Ibiporã

Acusados de aceitar propina de R$ 15 mil para livrar um casal do xadrez, seis policiais de Ibiporã, na região de Londrina, foram descobertos e colocados atrás das grades. O delegado José Antônio Zuba de Oliva, dois escrivães da Polícia Civil e dois policiais rodoviários estaduais foram detidos na segunda-feira. Ontem, mais um policial rodoviário foi preso. A Promotoria de Investigação Criminal (PIC) de Londrina acredita que todos os envolvidos já estão detidos.

Na segunda-feira, a Justiça expediu o mandado de prisão preventiva, e às 18h30 do mesmo dia os três policiais civis foram presos, enquanto trabalhavam na delegacia do município. “Eles não reagiram à prisão. Todas as armas que usavam a serviço foram recolhidas e agora eles vão aguardar a decisão da Justiça no xadrez do 2.º Distrito Policial (DP) de Londrina”, contou o delegado Gonçalves André, da 10.ª Divisão Policial. Os policiais rodoviários estão presos no 5.º Batalhão da PM.

Segundo o promotor Cláudio Esteves, as investigações começaram a partir de denúncias feitas à PIC. Ao averiguar as informações foi confirmado que há uma semana seis policiais fizeram um “acerto” para liberar um casal que havia sido preso sob suspeita de receptação. De acordo com as investigações, eles foram presos pelos policiais rodoviários no posto de Jataizinho, próximo a Ibiporã e conduzidos a delegacia do município. Ao chegarem no distrito policial os detidos ofereceram R$ 15 mil para serem liberados. Assim que os policiais fecharam a negociação, sem dinheiro para pagar, o casal ofereceu um Passat alemão, ano 94. O carro foi encontrado em Ibiporã, no dia da prisão dos policiais. “O veículo que eles iam vender para dividir o dinheiro não estava na posse de nenhum dos acusados, escondido em um lugar que preferimos não divulgar”, afirmou o promotor.

De acordo com a PIC, todos os envolvidos responderão tanto na esfera criminal como na civil, por extorsão, e cabe a cada corporação resolver qual providência administrativa será tomada contra os policiais. O delegado Antônio Zuba de Oliva responde em liberdade a outro processo criminal, também por extorsão, em Londrina. Oliva teria cobrado R$ 4 mil para liberar um carro com chassi adulterado, em 1999. A ação ainda não foi julgada pela 5.ª Vara Criminal de Londrina.

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