Presos com metralhadoras e explosivo norte-americano

Parte do forte armamento encontrado com três homens presos na madrugada de ontem, em Almirante Tamandaré, pode ter sido usado na chacina da Vila União, que vitimou oito pessoas, e também na morte do sargento Ademir Leite Cavalcanti, da Polícia Militar, em junho, em Santa Felicidade.

A suspeita é do delegado Renato Bastos Figueiroa, Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), que comandou as prisões do trio depois de cinco meses de investigações.

Com eles, a polícia encontrou duas metralhadoras 9 mm, um fuzil AK 47 calibre 7,62, 1 pistola Glock 9 milímetros com preparação para rajada (vários tiros), uma barra do explosivo C4 de origem norte-americana e preferido por terroristas, além de 303 munições para fuzil 7,62, 231 munições 9 milímetros, quatro granadas e quatro coletes balísticos, dois com emblema da Polícia Civil e uma balaclava. “Não há como mensurar quantos crimes foram evitados com a prisão dos criminosos”, afirmou Figueiroa.

Nomes

Os presos, segundo a polícia, têm envolvimento com o tráfico de drogas e são suspeitos de ter cometido vários crimes no sul do País. Na casa de um dos suspeitos, a polícia encontrou a edição da Tribuna, com a chacina de 3 de outubro.

Os três se identificaram como Geovani Tomaz de Moraes, Ângelo Cláudio Dias Nascimento e Douglas Adriano Paulista Isaias. No entanto, o delegado disse que a veracidade dos nomes está sendo investigada.

O nome verdadeiro de Douglas é Adriano Dias Paulista, 31 anos, foragido da penitenciária de Foz do Iguaçu, e com quatro mandados de prisão, por roubo e homicídio.

Explosão

Adriano e Ângelo foram presos em um Honda Fit, perto do terminal do Cachoeira, com parte do armamento. A metralhadora, parte das munições, o C4 estavam na casa de Geovani, onde também foi encontrado o exemplar da Tribuna.

“A barra de C4 é suficiente para por pelos ares um quarteirão inteiro. Eles poderiam explodir um carro forte. Nem o Exército Brasileiro tem acesso a esse tipo de arma”, contou o delegado Marcus Vinícius Michelotto.

As armas serão encaminhadas para perícia para confirmar a utilização em outros crimes e sua procedência. Junto com a Delegacia de Homicídios será investigada a participação do grupo na chacina. Os três foram autuados por porte ilegal de arma, munição e acessórios de uso proibido.