Apontado como o autor de pelo menos 20 assassinatos, a maioria no Jardim Guarituba, em Piraquara, José Simão Pietrovski, 25 anos, mais conhecido por “Djalma”, foi recapturado por investigadores do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) em Barra do Turvo (SP). Ele estava em um sítio naquela cidade desde que fugiu da delegacia de Piraquara, com outros 16 presos, em março deste ano. Ocasionalmente, retornava à Piraquara e Região Metropolitana de Curitiba para realizar novos delitos. O último crime imputado a “Djalma” ocorreu em agosto, quando o jovem Jeferson Schell, integrante de uma quadrilha rival, foi executado.
O preso contou com clareza seus crimes. Sobre a autoria de pelo menos 20 assassinatos e da sua fama na região – conhecido como o “terror do Guarituba”- ele disse que “não é tudo isso”. Segundo “Djalma”, ele só mata pessoas que tiveram algum entrevero com ele. “Cara que morreu na minha mão, me devia. Ou era treta de som ou com mulher. Essas coisas”, disse. O assassinato do Jeferson aconteceu porque o “terror do Guarituba” soube que seria morto pelo rival. “Me adiantei”, contou.
Matador
De acordo com o delegado Messias da Rosa, “Djalma” seria uma espécie de matador profissional de seus inimigos e alguns comparsas de crime. A maioria dos assassinatos cometidos é contra adolescentes. “São comparsas em roubos que para não entregá-lo para a polícia eram mortos”, afirmou Messias. Dos crimes imputados a “Djalma”, a Justiça já teria confirmado em seis processos que ele é responsável pela morte de nove pessoas em Piraquara.
O preso, durante suas declarações, não pareceu ter arrependimento e disse que se tivesse oportunidade fazia tudo de novo. “Não me considero uma pessoa ruim. Sou ruim para quem fez algo para mim. Errou, já era”, contou. Ele afirmou que ainda tem mais gente para matar no Guarituba e aproveitou a entrevista para mandar um recado. “Tem pelo menos uns quatro para matar. Não preciso dizer nomes, mas eles sabem quem são”, ameaçou.
Além de frio, “Djalma” também é ousado. Em entrevista a um radialista, lembrou que em um determinado crime ele falou com o profissional para dar informações sobre o assassinato. Entretanto, era ele mesmo quem tinha cometido o crime e ficou no local, acompanhando a situação e vendo se ninguém o “dedurava”.
Roubo
O delegado do Cope adiantou que o preso estava planejando realizar um assalto contra a chácara de um secretário municipal da Prefeitura de Curitiba. “Tínhamos a informação de que planejavam roubar a chácara, pois lá teriam dólares e armas. Felizmente conseguimos prender o líder da ação antes”, comentou.
Sobre o futuro assalto, “Djalma” disse que já havia desistido da ação. Além dos crimes de morte e roubo, o detido também responde processo por falsidade ideológica em São José dos Pinhais.