Prefeito de Itaperuçu fala de golpe contra o Paraná Banco

Indignado com o envolvimento de funcionários da prefeitura de Itaperuçu no golpe contra o Paraná Banco, o prefeito José de Castro França, conhecido como “Saruva”, reuniu a imprensa na tarde de ontem. “Estou envergonhado e com raiva”, declarou. Ele afirmou que a fraude financeira também faz parte de perseguições políticas.

Segundo o Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), foram detidos 70 suspeitos de participar do esquema de empréstimos consignados irregulares, que gerou prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão ao banco, em apenas quatro meses. O grupo falsificava contracheques, em nome de laranjas, para conseguir os empréstimos.

O prefeito disse que, há pouco mais de três meses, o chefe de recursos humanos da prefeitura já havia descoberto a fraude e comunicado o Paraná Banco. “Em 20 de agosto, ele confrontou as listas da prefeitura e as do banco e os dados não bateram. Por e-mail ele avisou que havia algo errado”, explicou. De acordo com o prefeito, no mês seguinte, novamente as informações não foram confirmadas.

Abertura

“Por onde passa um boi, passa uma boiada. As pessoas mal-intencionadas, vendo que era fácil conseguir o empréstimo, aproveitaram para dar o golpe. O banco também tem uma parcela de culpa”, comentou Saruva. Segundo ele, a maioria das pessoas que foram presas era inocente e também foi lesada.

“Eram pessoas humildes, pessoas da minha família, que, posso garantir, não aplicaram golpe nenhum. Estamos ajudando a polícia e deixamos a prefeitura à disposição de qualquer tipo de investigação”, completou.

Funcionária pilantra

As investigações começaram há um mês, quando a instituição comunicou a polícia sobre as irregularidades nos empréstimos, com pagamento descontado no contracheque. O banco havia firmado convênio com a prefeitura, através da empresa Century Investimentos Ltda.

Para receber o dinheiro, o funcionário tinha que conseguir autorização do setor de recursos humanos da prefeitura e uma cópia do contracheque. Estes eram os documentos falsificados pela quadrilha, em nome de pessoas que não faziam parte do quadro de funcionários municipais.

“A pessoa que fraudava os documentos é uma funcionária concursada, que por um período ficou na função de chefe de recursos humanos. Agora ela está afastada e deverá responder pelos seus erros na Justiça”, completou o prefeito Saruva.