Policial atira em colega dentro do Cope

O investigador Wilson Miguel Rudinik, 43 anos, foi baleado na barriga por um colega, na madrugada de ontem, na sede do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), no Hauer. Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública, por meio de sua assessoria, Alois Rigler, autor dos disparos e também lotado no Cope, foi preso pelos demais policiais.

Rigler, segundo a Sesp, chegou à delegacia de madrugada e efetuou disparos a esmo de fuzil. Um dos tiros teria ricocheteado a parede, atingindo o investigador Rudinik, que foi socorrido por colegas e encaminhado ao Hospital do Trabalhador. Ele foi submetido à cirurgia e está fora de perigo.

O delegado-chefe do Cope, Hamilton Cordeiro da Paz informou, em entrevista à Agência Estadual de Notícias (AEN), que Rigler não estava de plantão. Ele chegou por volta da 1h à delegacia e conversou normalmente com os colegas, sem discutir ou fazer ameaças. Depois de um tempo, pegou um dos fuzis da equipe de plantão e começou disparar. “Ele atirou contra a parede, não fez ameaças a ninguém e o e os colegas perceberam que ele estava fora de si”, esclareceu o delegado-chefe.

Desequilíbrio

O destempero do investigador terminou mal e um dos tiros acabou acertando Rudinik. Rigler foi contido pelos colegas de trabalho e permanece preso no Cope. Além do fuzil, ele também portava uma pistola que foi entregue aos policiais.

Arquivo
Rigler, em foto de 2003, “estourando” um desmanche.

Hamilton informou que Rigler vai responder criminalmente e administrativamente pelo caso, classificado pelo delegado como uma “ocorrência isolada”. “Rigler estava visivelmente desequilibrado, teve um surto, mas em momento algum mirou nos colegas para acertar alguém. Acreditamos que ele deverá passar por uma avaliação psicológica”, disse Hamilton. O inquérito também será encaminhado para a Corregedoria da Polícia Civil que adotará as medidas cabíveis.

Pressão

A extrema pressão a que os policiais são submetidos diariamente, principalmente os que atuam nos grupos de elite e nas delegacias mais requisitadas, podem propiciar surtos com o tido por Rigler. A polícia não costuma divulgar este tipo de ocorrência, a menos que a informação “vaze” ou provoque vítima, como neste caso. No ano passado, um delegado que trabalhava no combate ao tráfico de drogas, também sofreu um violento surto psicótico e passou por bairros nobres de Curitiba, inclusive o Batel, dirigindo uma viatura em alta velocidade e apontando uma pistola para transeuntes, dizendo que estava sendo perseguido por homens que queriam matá-lo. Depois de mobilizar grande contingente policial, o delegado foi detido e levado para um hospital. Mais tarde foi afastado do cargo para tratamento de saúde.

Mais feridos em madrugada violenta

Outras três pessoas foram baleadas na madrugada de ontem. Em São José dos Pinhais, um casal foi ferido por volta das 3h na Rua Boa Esperança, Jardim Cruzeiro. A mulher, identificada apenas como Patrícia, foi atingida por um disparo na cabeça e estava inconsciente quando a equipe do Siate chegou para prestar socorro. Outro tiro atingiu o relógio da vítima. Ao lado dela havia um homem de aproximadamente 25 anos, que não portava documentos e também foi baleado na cabeça. Com os dois foram localizados cachimbos para consumo de crack. Eles foram encaminhados ao Hospital Evangélico, em Curitiba.

Em Campo Largo, uma hora antes, Maykon Cardoso, 23, também foi baleado. Ele foi socorrido por amigos e levado até o Centro Médico do centro da cidade, na Rua Quinze de Novembro, onde foi atendido por socorristas do Siate e encaminhado ao Hospital Nossa Senhora do Rocio. Testemunhas informaram que o autor dos disparos estava em um carro de cor escura.

Faca

Ainda por volta ,das 19h de sábado, dois rapazes foram levados ao mesmo hospital, gravemente feridos, depois de uma intensa briga na Estrada do Rodrigo, Vila Miranda. Ronaldo dos Santos Oliveira, 39, e Diovani Duarte Pereira, 20, portavam uma faca e tiveram cortes em várias partes do corpo. (FD)