Fogo criminoso

Polícia trata incêndio como tentativa de homicídio

Tentativa de homicídio. É assim que a Delegacia de Homicídios trata o incêndio que deixou duas garotas com cerca de 90% do corpo queimado no apartamento em que moravam há menos de uma semana, nos fundos de um terreno na Rua Esther da Silva Florenzano, na Cidade Industrial. As chamas começaram por volta das 5h de domingo (16) e a polícia acredita que havia intenção de matar todos que ali estavam.

Jheniffer Lima, 18 anos, e a irmã dela de 12, foram encontradas na cozinha, atrás da geladeira. As duas permanecem internadas na UTI do Hospital Evangélico. A mãe delas, Josiane Lima, 38, estava do lado de fora da casa em choque.

De acordo com a delegada Maritza Haisi, titular da DH, Josiane contou que três homens invadiram o apartamento, a agrediram e obrigaram a sair do local. “Ela contou que estava com o companheiro, as duas filhas e que saiu do apartamento praticamente inconsciente”, disse.

A delegada ainda completou que um fato chamou a atenção no depoimento da mãe. “O detalhe é que em momento algum ela diz para onde foi o companheiro, nem o nome completo dele quis passar para a gente”. O homem foi identificado apenas como Marcos.

Maritza disse ainda que uma vizinha afirmou ter ouvido disparos de, pelo menos, três tiros, mas a perícia não confirmou esta informação. Vizinhos relataram também que gritos e barulho de briga foram ouvidos, vindos do interior da residência desde a madrugada. O fogo foi controlado pelos moradores antes da chegada dos Bombeiros.

Segundo o proprietário do imóvel, Josiane morava há pouco tempo no local. “Na semana passada um homem alugou o apartamento. Fechou negócio com meu primo. Porém, ele não ficou morando e sim essa mulher e as duas garotas”, explicou Aparício Souza dos Santos.

Um vizinho, que não quis ter o nome divulgado, confirmou a informação da mulher, dizendo que três homens invadiram a casa, agrediram Josiane e jogaram da escada, em seguida atearam fogo no local com as meninas dentro.

As chamas destruíram completamente o imóvel e também parte do apartamento ao lado. A Polícia Civil quer agora identificar o companheiro de Josiane, que desapareceu desde o incêndio. A delegada Maritza Haisi trabalha com algumas hipóteses, mas disse não poder divulga-las.

“Nós já recebemos muitas informações, mas temo que divulgá-las neste momento atrapalhe as investigações, já que uma delas leva quase que para o autor do crime”, explicou.

Sobre o estado de saúde das meninas, a delegada diz que continua delicado. “Uma delas corre mais risco e segundo o ultimo boletim médico está à beira da morte”, disse. A mãe das garotas recebeu alta ainda no domingo e passa bem.