PM fere criança de 6 anos com bala de borracha

Um garoto de 6 anos foi uma das vítimas da ação da Polícia Militar durante as comemorações da torcida do Coritiba, domingo à noite, nas imediações do Estádio Couto Pereira. Atingido por um tiro de bala de borracha na perna, o garoto fez ontem exame de lesões corporais no Instituto Médico Legal. O comerciante Edson Winiarski, 26, pai do menino, e que também foi agredido a golpes de cassetete, denunciou o abuso por parte dos PMs.

O tumulto envolvendo alguns torcedores e policiais começou no estacionamento do estádio, onde um trio elétrico animava os festejos do título estadual conquistado pelo clube, e alastrou-se pelas ruas próximas. A Ronda Ostensiva de Natureza Especial (Rone) reprimiu a multidão com golpes de cassetete e tiros de borracha. Várias pessoas procuraram hospitais durante a noite, feridas por policiais.

Denúncia

Edson denuncia que alguns PMs cruzaram a Rua Mauá perto das 21h e atiraram inclusive na direção de torcedores afastados da confusão. O comerciante afirma que o filho foi atingido ao lado de um barraca de cachorro-quente, a uma quadra do estacionamento. “Três viaturas desceram e os policiais bateram em todo mundo. Onde estávamos, ninguém esboçou gesto que justificasse as agressões”, afirmou. Ao ver o garoto ferido na perna pela bala de borracha, Edson reclamou dos policiais e acabou detido. “Fui levado para o 4.º Distrito sem saber como estava meu filho. Ainda bem que meu irmão estava junto e tomou conta dele”, falou o comerciante, morador do Bigorrilho. Segundo ele, uma amiga tirou fotos da confusão, mas o filme foi tomado pelos policiais. “O menino ficou traumatizado e tem medo quando vê a polícia. Não dá mais para levá-lo ao estádio”, lamentou o torcedor.

Entrevista

Na segunda-feira, em entrevista ao programa Tribuna no Esporte, da TV Iguaçu, o comandante do Policiamento da Capital, coronel Itamar dos Santos, elogiou de uma forma geral o comportamento dos policiais durante o tumulto. O oficial ainda é uma irresponsabilidade dos pais levar os filhos ao estádio de futebol. O comerciante denunciou a ação no comando da própria PM, na Polícia Civil e promete levar o caso ao Ministério Público.

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