Pedreiro assassinado no Parolin

O bairro Parolin, em Curitiba, foi palco de mais um assassinato na madrugada de ontem. A vítima, desta vez, foi o pedreiro desempregado Joel Pereira, o ?Negoinha?, 36 anos. Ele foi baleado duas vezes no peito, por volta das 2h30, na Rua Eugênio Parolin, esquina com a Rua Padre Isaías de Andrade, e morreu na ambulância do Siate, a caminho do hospital.

A polícia acredita que a morte do pedreiro seja mais um dos diversos crimes relacionados a dívida com o tráfico de entorpecentes. ?Aproximadamente 80% dos homicídios têm relação com as drogas. Este, provavelmente, é um deles?, observou o delegado Paulo Padilha, da Delegacia de Homicídios. Junto ao corpo de Joel a polícia encontrou um cachimbo usado para fumar crack. ?Ele costumava passar a noite fora, fumando?, afirmou a mulher da vítima, que estava separada de Joel, embora eles continuassem morando na mesma casa. ?O principal motivo da nossa separação foi seu envolvimento com as drogas. A família implorava para ele sair dessa vida, mas ele não conseguiu?, lamentou.

Apesar do motivo do crime ser conhecido, a autoria ainda é um mistério. ?Ele nunca comentou nada sobre brigas ou ameaças?, disse a mulher. O medo da violência no bairro é tão grande que ela prefere nem saber quem matou o marido. ?É triste, dói, mas não posso colocar minha vida e dos meus filhos em risco. Quando mataram meu irmão, há 17 anos, foi a mesma coisa. É melhor não saber?, declarou. Já o delegado Padilha afirmou que, mesmo assim, a polícia tentará chegar ao assassino. ?Aguardaremos o resultado da necropsia e manteremos contato com as pessoas ligadas a ele. Vamos descobrir de quem ele comprava drogas.?

Desempregado, Joel residia no Parolin desde pequeno, há mais de 30 anos. Morava com a mulher e os filhos dela, uma menina de 17 anos e um rapaz de 18. ?Ele mesmo aconselhava meus filhos a não entraram no mundo das drogas, porque é difícil sair?, contou a mulher, que casou-se com Joel há 14 anos, e mora a quatro quadras de onde o marido foi morto. ?Fora o problema com as drogas, ele se dava bem com todo mundo. Era uma pessoa alegre?, disse. De acordo com o delegado Padilha, Joel estava em liberdade condicional, após ter cumprido um terço da pena de seis anos imposta pela 5.ª Vara Criminal por um assalto, cometido em 2003.

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