PCC promete ataque na Grande Curitiba

Policiais militares e civis que estavam de folga ontem, foram chamados às pressas para retornar ao trabalho e ficar de prontidão nos quartéis e nas delegacias da capital e da região metropolitana, assim que foi interceptada uma ligação telefônica feita para a liderança do Primeiro Comando da Capital (PCC), de dentro de um dos presídios de Piraquara.

Os interlocutores acertavam a invasão de um quartel ou de uma delegacia, para roubar armas ou arrebatar presos, com o objetivo de desmoralizar a polícia paranaense.

Durante todo o dia, as unidades policiais civis e militares contaram com reforço, mas nada de anormal foi verificado. Policiais que patrulhavam a cidade foram orientados para dobrar a atenção e verificar qualquer indivíduo ou veículo suspeito.

Alguns detidos pela Ronda Ostensiva de Natureza Especial (Rone) da Companhia de Choque, foram levados diretamente ao Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) da Polícia Civil, de forma que não houvesse movimentação de presos em outras delegacias, que são mais vulneráveis.

Também os agentes penitenciários foram orientados para tomar mais cuidado e os presídios receberam reforço de segurança, muito embora a suspeita maior era de que alguma delegacia fosse invadida.

Madrugada

Toda a ação de reforço foi desenvolvida em sigilo. O temor maior dos policiais era que os bandidos tentassem as abordagens durante a madrugada. “Nós estamos de prontidão, como é normal em qualquer caso de ameaça”, revelou um oficial, confirmando a informação sobre o PCC.

Agentes penitenciários também confirmaram que corriam boatos que a ação da organização criminosa estava planejada para o Paraná, e poderia ser em presídio, delegacia ou quartel.

A Secretaria de Segurança Pública não se manifestou sobre o caso. O PCC é uma facção criminosa que nasceu nos presídios de São Paulo e rapidamente espalhou-se pelas cadeias de todo o País. Com a promessa de regalias ou com violência, o PCC domina a massa carcerária e seus familiares, obrigando-os a praticar crimes e doar dinheiro à organização.

Ninho estaria na CPA

Embora as autoridades procurem negar a influência do PCC no Paraná, há informações que o “comando estadual” da facção se estrutura dentro da Colônia Penal Agrícola, em Piraquara.

Lá estaria obrigando presos a fugirem -mediante ameaças de morte -para que fossem abertas vagas para outros membros, que já têm condições de obter progressão de pena, passando do regime fechado para o semi-aberto. Também estariam forçando detentos e familiares deles a levarem drogas para dentro da Colônia.

Noite normal na cidade

Apesar dos rumores, na noite de ontem, tudo aparentava estar tranqüilo. Nos dois distritos que abrigam presos (11.º – CIC e 12.º – Santa Felicidade), não era percebido reforço de policiais do lado de fora e tudo parecia transcorrer normalmente.

Nos quartéis percorridos pela reportagem também não havia anormalidade aparente. Nas ruas, poucas viaturas da Polícia Militar atendiam os chamados corriqueiros.

No Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) não houve alteração da rotina, segundo os policiais. O plantão do Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac), instalado no 8.º Distrito Policial (Portão), recebeu os presos em flagrante trazidos pela PM.

Presos

Seis rapazes foram presos pela Rone e encaminhados ao Cope. “Recebemos determinação para levar para lá, porque o Cope já os estava investigando. Há informações que pertençam a uma quadrilha”, comentou o tenente Arnaldo, da Rone, que comandou a prisão.

Foram encaminhados ao Cope Paulo César Pacheco dos Santos, 26 anos, Anderson Guidete de Souza, Reinaldo Gonçalves Bombim, 25, Rogério Vi,doreto, 30, Emerson José dos Santos, 24, e Jean Davis Lorbiete, 29. Hoje a polícia deve divulgar por qual crime eles foram autuados.