Pauladas causam morte de mulher em Piraquara

“Vou ver meu marido e já volto”, disse a dona de casa Rose Gonçalves, 33 anos, ao montar no cavalo e deixar um boteco na Rua Betonex, Jardim Holandês, Piraquara – uma das regiões mais violentas da Grande Curitiba -, às 22h50 de domingo. A promessa não fui cumprida porque, no meio do caminho, ela foi morta a pauladas num extenso terreno localizado aos fundos do posto de saúde e do módulo da Polícia Militar do bairro. Há suspeita de violência sexual, já que a calcinha da vítima estava abaixada.

Rose morava com o marido Adelso Nunes de Souza, 38, e os quatro filhos pequenos na Rua Tilburg, no mesmo Jardim Holandês. No início da noite de domingo ela subiu no cavalo de Adelso e galopou até o bar, em companhia da cunhada Vera Lúcia de Souza, 39. Ficaram juntas até o final da noite, sem que houvesse qualquer confusão, segundo Vera. “Ela saiu porque preocupou-se com o marido, mas disse que ia voltar”, contou a cunhada.

Rose partiu com o cavalo e desceu do animal em frente ao módulo da PM. Do bar, Vera ainda observou a cunhada ajeitando a sela, mas depois distraiu-se e não mais a viu. Como Rose não apareceu em casa nem retornou ao bar, a preocupação tomou conta da família. À meia-noite saí atrás dela”, contou Adelso. A procura teve triste fim às 9h de ontem, quando ela foi encontrada morta, com o rosto desfigurado.

Calcinha

A calcinha vermelha de Rose foi abaixada até o tornozelo. Sobre o corpo, havia um velho casaco masculino e uma folha de jornal aberta, presos por uma ripa de madeira queimada. A arma do crime não foi encontrada, mas a polícia recolheu uma luva cirúrgica perto do cadáver.

A posição das roupas íntimas sugere violência sexual, suspeita a ser averiguada no exame de necropsia. “Mas pode ser uma tentativa de ocultar a verdadeira razão do crime”, lembra o superintendente da delegacia de Piraquara, Valdir de Córdova Bicudo. Ainda no local um freqüentador do mesmo bar em que Rose esteve forneceu uma pista ao policial. A testemunha disse ter visto um homem ajudando a vítima a arrumar a sela do cavalo, em frente ao módulo da PM.

O policial foi informado também que Rose já teve passagem pela polícia quando mais jovem. “Este e outros dados sobre a vida da vítima ainda serão melhor checados”, arrematou Bicudo.

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