Paralisação de agentes penitenciários ganha fôlego

O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Administração de Casas de Custódia e Penitenciárias do Paraná (Sitepec-PR), informou que cerca de 450 agentes penitenciários do sistema prisional privado do Estado já aderiram à greve iniciada na semana passada. A mobilização começou na última quinta-feira, com os funcionários das unidades de Cascavel e Foz do Iguaçu aderindo à paralisação. Desde domingo de manhã, os agentes de Curitiba também cruzaram os braços.

As empresas de administração prisional são responsáveis por seis unidades no Paraná. O Instituto Nacional de Administração de Penitenciárias (Inap) trabalha com a Casa de Custódia de Curitiba (475 presos), Casa de Custódia de Londrina (417), Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu (518) e Penitenciária Industrial de Cascavel (302). A Humanitas administra a Penitenciária Industrial de Guarapuava (239) e a Montesinos é a responsável pela Penitenciária Estadual de Piraquara (548). Somente em Londrina e Guarapuava não há registro de mobilização.

Existe a possibilidade da realização de uma reunião amanhã no Ministério Público do Trabalho (MPT), mas o sindicato espera uma confirmação. Participariam do encontro os representantes da categoria e as empresas responsáveis. Os funcionários terceirizados das três empresas que administram as unidades prisionais reivindicam 10% de reajuste salarial, insalubridade, periculosidade, adicional de risco, aumento no vale-alimentação para R$ 130 e plano de saúde.

Os grevistas trabalham como agentes de disciplina, em contato direto com os presos, agentes de controle e agentes táticos. A categoria, que é divida em agentes de controle, agentes táticos e agentes de disciplina, reclama do salário de R$ 605 e da restrição dos demais benefícios. “Por enquanto está tudo sob controle, mas a segurança desses locais pode ficar comprometida nos próximos dias, caso não seja iniciada uma negociação das empresas com os funcionários. Na Casa de Custódia de Curitiba (CCC) estamos operando com apenas 30% do total de agentes, e o risco é grande”, afirmou o agente de controle e delegado sindical, Ocrides Vieira.

A Inap, que administra quatro unidades prisionais no Paraná, informou que até o momento a paralisação parcial dos agentes penitenciários não alterou o funcionamento das prisões. Além disso, a Inap afirmou que participará da negociação com a classe. “A empresa nunca deu por encerrada as negociações, e acredito que na quarta-feira (amanhã) tudo possa ser solucionado”, disse o diretor-executivo do Inap, José Valério. Em nota oficial, a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania também ressaltou que a paralisação não alterou a rotina das unidades.

Polícia Federal dá suporte em Foz

Os agentes penitenciários em greve na Casa de Custódia de Curitiba (CCC) e da Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP) realizam hoje, a partir das 6h30, uma manifestação em frente à PEP. Os agentes vão se reunir na Praça Rui Barbosa e, em seguida, seguem de ônibus até a unidade prisional da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Na Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP), cerca de 50% dos agentes aderiram ao movimento.

O diretor da Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu (PEF), Alexandre Calixto da Silva, contou que quase 60% dos agentes aderiu à paralisação. Ele ressalta que todas as atividades desenvolvidas com os detentos foram reduzidas, para evitar problemas. Salas de aula e departamento de saúde foram comprometidos desde o início da paralisação. “Se não podemos garantir a segurança dos professores e dos servidores da saúde é melhor prevenir. Agora, as visitas prosseguem normalmente”, disse o diretor.

A PEF tem contado com o reforço da Polícia Federal (PF) durante esses dias de greve. “Estamos numa região de fronteira e qualquer sinal de vulnerabilidade pode chamar a atenção. E é sério, porque temos detentos com ligação com o tráfico, por isso a colaboração da PF é essencial”, completou Alexandre.

Na Penitenciária Industrial de Cascavel (PIC), 50% dos agentes aderiram à mobilização, de acordo com a direção da unidade. Acir Pereira da Luz, diretor da PIC, informou que apenas algumas atividades foram impedidas de serem realizadas por causa da greve.

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