Orelhas e garganta cortadas

Dois corpos, com alguns membros mutilados, jogados numa clareira cheia de lixo à beira da estrada, foi a cena encontrada pelo funcionário de uma empresa de reciclagem, quando seguia para trabalhar, por volta das 17h de ontem, numa extensa área de mata na Rua Ângelo Gai, Umbará. Os dois homens mortos não carregavam consigo documentos de identificação, e de acordo com o perito Paulo Fontoura, do Instituto de Criminalística, foram mortos entre 15h e 16h e desovados no local. Um deles apresentava claros indícios de que havia acabado de sair do hospital.

A perícia ainda constatou que uma das vítimas estava sem a orelha esquerda, tinha um braço quebrado e uma forte pancada na cabeça, provocada por alguma ferramenta afiada ou pontiaguda. O homem tem mais de dois metros de altura, é magro, moreno claro, com barba e cabelo castanhos-escuros e aparenta 30 anos.

Ele também usava fralda e bolsa de colostomia (bolsa plástica que faz a função do intestino), além de levar nos bolsos vários pacotes de gaze e uma almofada de gel, em geral utilizada por doentes.

O outro homem, também sem uma das orelhas, porém a direita, foi degolado. Ele tinha em torno de 40 anos, cerca de 1,80 metros e tinha pele clara e cabelos castanhos-escuros.

Dúvidas

Muitos indícios prometem tornar a investigação do caso intrincada. De acordo com o investigador Nei Bonfim, da Delegacia de Homicídios, apesar da suspeita de latrocínio (roubo com morte), ele acredita que vingança seja a possibilidade mais forte, devido à mutilação que os corpos sofreram. ?Quem quer assaltar não tortura as vítimas dessa forma. Mas não vamos descartar nenhuma hipótese?, disse o investigador. Suspeita-se que uma das vítimas tenha auxiliado a outra a sair do hospital.

As vítimas carregavam duas malas, contendo roupas de boas marcas – incluindo uma jaqueta de couro -, produtos de higiene e a almofada de gel importada dos Estados Unidos, mostrando que uma das vítimas tinha bom poder aquisitivo. ?Iremos examinar a bolsa de colostomia, para ver se possui o nome de algum hospital. A informação pode ajudar a investigação na identificação dos corpos?, explicou Fontoura.

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